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POLÍTICA

“Um ponto bem crítico que eu pretendo focar neste fim do mês de dezembro e início de janeiro é a questão da saúde”

A vice-prefeita Adriane Lopes (PEN) assumiu o cargo de prefeita em exercício no dia 20 de dezembro e comandará a Prefeitura até dia 13 de janeiro de 2019

20 dezembro 2018 - 23h38Da Redação
A vice-prefeita Adriane Lopes assume interinamente a prefeitura de Campo Grande até 13 de janeiro de 2019
A vice-prefeita Adriane Lopes assume interinamente a prefeitura de Campo Grande até 13 de janeiro de 2019 - Foto: Divulgação

Pela segunda vez em um ano, a última foi dia 5 de janeiro de 2018, a vice-prefeita de Campo Grande, Adriane Barbosa Nogueira Lopes (PEN), assume o cargo de prefeita em exercício da Capital em virtude das férias do prefeito Marquinhos Trad (PSD). Desde o dia 20 de dezembro deste ano, ela comanda a Prefeitura de Campo Grande depois que foi publicada no Diário Oficial do Município a autorização assinada pelo presidente da Câmara de Vereadores, João Rocha (PSDB), permitindo a ausência da cidade de Marquinhos Trad para fins particulares no período que vai até o dia 13 de janeiro de 2019.

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Em entrevista concedida com exclusividade ao Jornal A Crítica Adriane Lopes, natural de Grandes Rios (PR) e formada em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), pós-graduanda em Administração Pública e Gerência de Cidades e bacharel em Teologia, falou sobre o futuro político, dos desafios dos mais de 20 dias à frente da Prefeitura, bem como sobre os principais gargalos da Capital. Esposa do deputado estadual Lídio Lopes (PEN), a prefeita em exercício não é uma novata no meio, pois herdou dos pais o interesse pela política, já tem oito anos de filiações partidárias, passando por dois partidos (PSC e PEN) e mantendo diversos projetos sociais.

Outro ponto abordado por Adriane Lopes na entrevista é a relação com o prefeito Marquinhos Trad, com que garante ter um bom relacionamento. O papel desempenhado por ela como vice-prefeita de Campo Grande e o que precisa ser melhorado na cidade nos próximos dois anos de mandato da atual gestão municipal também foram comentados.

A Crítica – Quais as prioridades da senhora à frente da Prefeitura de Campo Grande pelos próximos 24 dias?

Adriane Lopes – A exemplo do dia 5 de janeiro deste ano, quando também assumi a Prefeitura de Campo Grande em virtude das férias do prefeito Marquinhos Trad, pretendo dar continuidade ao trabalho já executado por ele nos últimos dias. Acredito que nos próximos 24 dias não teremos nenhuma alteração ou mudança, portanto, será uma continuidade de todo o trabalho que já vinha sendo realizado. No entanto, um ponto bem crítico que eu pretendo focar neste fim do mês de dezembro e início de janeiro é a questão da saúde. Neste período do ano, as pessoas estão muito ansiosas, há muita correria e, infelizmente, há o registro de muitos acidentes, portanto, terei um olhar mais focado na área da saúde.

A Crítica – Qual a avaliação da senhora a respeito desses dois primeiros anos dessa nova gestão de Campo Grande?

Adriane Lopes – Bom, são dois anos de muito trabalho, tanto por parte do prefeito Marquinhos Trad, como da minha parte. São dois anos de adequações e mudanças, pois estamos na era da tecnologia e tudo muda muito rápido, passa muito rápido. Acredito que esses dois primeiros anos foram decisivos na organização de todos os nossos trabalhos e de todas as nossas secretarias municipais para a população de Campo Grande. Agora, os próximos dois anos serão de conquistas, vamos colher os frutos de todo trabalho realizado nos dois primeiros anos. Acredito que a partir de 2019 vamos concretizar tudo que era uma proposta. Tudo passará a ser agora fatos concretos, pois vamos tornar realidade os projetos iniciados nesses primeiros 24 meses e um deles que está com mais evidência e recebendo muitas críticas no momento, mas que será o que vai dar mais retorno para Campo Grande é o Reviva Centro. Esse projeto está mudando a realidade do centro da nossa Capital, infelizmente, tem recebido muitas críticas, mas, penso que, se não fizéssemos também teríamos críticas, por isso, é melhor ser criticado realizando algo para o bem da nossa cidade. Assim, decidimos executá-lo e oportunizar para as pessoas uma melhoria na região central, que passava por dificuldades que todos nós já sabemos quais são, e acredito que, após essas adequações, vamos ter uma nova realidade, tanto para os comerciantes, como para a população em geral. A previsão de entrega é para o próximo ano, mas no momento as obras estão paradas para não afetar as vendas de fim de ano, porém, passando esse período, as intervenções serão retomadas.

A Crítica – O que ainda precisa ser melhorado em Campo Grande?

Adriane Lopes – Nós pegamos Campo Grande com todas as áreas fragilizadas e hoje nós já estamos focados mais na missão de atrair novos empreendedores para a nossa cidade, gerando mais empregos, bem como na questão da saúde. Sabemos que nesse ponto precisamos de ações para otimizar a saúde em razão do momento delicado vivido pelo País. No entanto, aqui em Campo Grande, estamos fazendo um trabalho diferenciado nessa área. A crise na saúde não é só nossa, ela é nacional, mas a gente vem conquistando pari passu e com atitudes concretas alguns avanços. Um exemplo é na questão da medicação, pois hoje todas as nossas unidades de saúde contam com medicação, outro exemplo é a implantação do ponto eletrônico nessas unidades, uma coisa que é bastante questionada, mas que se tornou realidade. Há momentos que precisamos tomar decisões que serão amargas em um primeiro momento, mas, futuramente, trarão resultados positivos.

A Crítica – Como tem sido seu trabalho como vice-prefeita de Campo Grande?

Adriane Lopes – Estamos quebrando paradigmas, como o de que vice-prefeita não atua, vice-prefeita não dá expediente e que vice-prefeita aguarda uma situação como a que está acontecendo agora, que é assumir a Prefeitura nas férias do prefeito. No entanto, eu optei por fazer diferente. Se eu tenho um salário, porque não trabalhar? Por que não dar expediente? Por isso, estou aqui na Prefeitura todos os dias dando expediente, contribuindo com o prefeito da forma que a gente consegue, atendendo a população, visitando as secretarias municipais, otimizando os trabalhos, fazendo pontes entre as secretarias e resolvendo bastante situações que poderiam sobrecarregar o prefeito Marquinhos Trad. Felizmente, tenho atuado ao lado dele para que isso não ocorra. O prefeito Marquinhos Trad me deu liberdade para atuar. Eu tenho um gabinete ao lado dele, antes, o vice não ficava nem no mesmo andar. Estamos juntos para somar.

A Crítica – Para a senhora, quais são os principais gargalos de Campo Grande?

Adriane Lopes – Quando assumimos a Prefeitura de Campo Grande, o nosso principal gargalo era o número excessivo de buracos nas nossas vias pavimentadas, porém, graças a muito trabalho, conseguimos superá-lo. Foi algo muito polêmico e que gerou muito desgaste, chegando a decidir a eleição para prefeito da Capital. Porém, hoje, acredito que o principal gargalo é a questão da saúde pública, mas, estamos procurando solucioná-lo, buscando parceiras junto aos deputados estaduais e federais para que destinem mais recursos para a nossa saúde. Além disso, teremos um novo presidente da República a partir do dia 1º de janeiro de 2019 e acredito que ele sabe do desafio que será colocar a saúde nos trilhos. Dificuldades na gestão pública todos os gestores têm, dificuldades para administrar em momentos de crise também todos têm, sabemos que não é só Campo Grande, nem só o prefeito Marquinhos Trad, acredito que seja um problema nacional. Entretanto, acredito que é possível sim, em momentos de crise, buscar novos caminhos para a mudança de realidade e é o que nós estamos tentando fazer em Campo Grande.

A Crítica – Como a senhora avalia a parceria com o prefeito Marquinhos Trad?

Adriane Lopes – Nós dois estamos escrevendo uma história diferente para Campo Grande. História de prefeito e vice é sempre muito conturbada, mas eu e o Marquinhos mantemos um bom relacionamento desde o início da gestão. Muitos criticam, muitos avaliam o nosso trabalho, nós somos questionados o tempo todo, mas, nós dois iniciamos um trabalho e costumo dizer que melhor é o fim do que o começo de todas as coisas. Por isso, eu acredito que nós começamos muito bem e vamos terminar melhor ainda. Temos que deixar uma marca de trabalho sério, humanizando a relação. A nossa parceria é grande. Nosso prefeito é muito humano. Temos o mesmo perfil e nos identificamos na forma de trabalho.

A Crítica – A senhora tem pretensão de tentar um novo cargo político quando terminar o mandato como vice-prefeita de Campo Grande?

Adriane Lopes – Sim, eu entrei para a vida política, não era o que eu almejava, estou aqui hoje como vice-prefeita de Campo Grande, uma capital com quase um milhão de habitantes. Assumo pela segunda vez o cargo de prefeita interina em razão das férias do prefeito Marquinhos Trad e acredito que iniciei uma caminhada, dei o ponta pé inicial da minha carreira política e, com certeza, vislumbro para o futuro alguma cargo eletivo, mas ainda não posso precisar qual será. Quem sabe já não saio candidata a algum cargo eletivo nas eleições de 2020? Vou deixar uma interrogação no ar.

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