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SAÚDE

Santa Casa de Campo Grande: Sofre crise de atendimento, setor do “trauma” é o mais afetado

É uma situação de guerra”, define o chefe do setor de ortopedia

14 junho 2020 - 10h31Redação
Dados da Santa Casa indicam que até a ultima sexta-feira, 12 de junho, 97 pacientes estavam internados no setor de ortopedia e desses, 49 aguardavam por procedimento cirúrgico.
Dados da Santa Casa indicam que até a ultima sexta-feira, 12 de junho, 97 pacientes estavam internados no setor de ortopedia e desses, 49 aguardavam por procedimento cirúrgico. - (Foto: Divulgação Santa Casa)

A Santa Casa de Campo Grande restringiu nesta semana os atendimentos e vem recebendo apenas pacientes de urgência e emergência, devido o atraso de repasses que tem ocorrido desde março deste ano. Por conta da demora em receber o repasse um dos setores mais afetado é o do trauma.

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Depois de sofrer um acidente de moto, em 30 de maio, Érika de Oliveira Pinheiro, de 35 anos, acreditou que seria rápido se curar de uma fratura no braço, internada desde 2 de junho, está medicada e com uma tala no braço desde o acidente.

Érika espera por cirurgia desde o dia da internação, enquanto o procedimento não se realiza , “todos os dias”, segundo o próprio relato da paciente, segue em jejum de comida e água, por 15 horas “porque todos os dias a informam de que a cirurgia pode ser no dia seguinte, e nunca é”, relata.

Para o chefe do setor de ortopedia da Santa Casa, Fernando Nunes Matos, a situação é caótica, com a fila de pacientes à espera de cirurgia aumentando rapidamente de um dia para o outro. Para se ter uma ideia, na última quinta-feira, eram 63. Um dia depois, 49, “mas o fluxo aumenta rapidamente e logo voltamos aos 60 novamente. É uma situação de guerra”, define.

Ele avalia que a estrutura da Santa Casa não dá conta dos atendimentos porque está concentrando todos os casos de doenças que não se tratam de covid-19, já que com a chegada da pandemia, o HRMS (Hospital Regional Rosa Pedrossian), limitou-se a receber os pacientes com o novo coronavírus, sejam graves ou não.

Mas para Fernando, o maior problema não estaria na Capital, mas no interior do Estado. Sendo menores, os municípios também fortaleceram o combate à nova doença, e acabam limitando seus espaços de saúde para tais casos, e encaminhando os demais, inclusive traumas leves, para Campo Grande.

Para o chefe de ortopedia, os profissionais do setor atuam “no limite” e de certa forma, “enxugando gelo”, já que diante do quadro, se torna humanamente impossível dar conta.

Ele ressalta de casos de pessoas com fratura exposta que precisam de cirurgias mais urgentes, em até 12 horas, mas que acabam esperando dois dias para passar pelo procedimento. “É muito triste”, lamenta.

Dados da Santa Casa indicam que até a ultima sexta-feira, 12 de junho, 97 pacientes estavam internados no setor de ortopedia e desses, 49 aguardavam por procedimento cirúrgico.

“Esse número é variável, mas está relacionado ao aumento da demanda nos últimos meses. Para isso, está sendo fortalecido o critério de prioridade para atendimento da demanda”, diz nota do hospital.

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