
Começaram no dia 8 as obras da biofábrica do Método Wolbachia, vai liberar o mosquito Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e gerem uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Quando presente no Aedes, ela impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças.

A biofábrica abrigará salas para a produção dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia do WMP Brasil, bem como para triagem das larvas provenientes das ovitrampas utilizadas no monitoramento. Haverá também a preparação do material a ser enviado ao Rio de Janeiro (RJ) para testes que serão realizados na sede do WMP Brasil, no campus da Fiocruz. Os primeiros bairros a receber a iniciativa global são: Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.
A estimativa de produção semanal da biofábrica é de cerca de um milhão e meio de mosquitos com Wolbachia. “Essa produção irá atender o município de Campo Grande e também as pesquisas que são feitas para manutenção da colônia e viabilidade do Método Wolbachia. O importante é lembrarmos que as liberações de Aedes com Wolbachia são temporárias, pois os próprios mosquitos começaram a se reproduzir promovendo seu estabelecimento e reduzindo a transmissão de dengue, Zika e chikungunya”, destaca o líder do Método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira.
As obras começaram na segunda-feira (8)
O Método Wolbachia será implementado em toda a área urbana de Campo Grande em cerca de três anos. Para a produção de Aedes aegypti com Wolbachia em Campo Grande, inicialmente foram coletados mosquitos na cidade através de ovitrampas, que são armadilhas que coletam ovos. Este material foi enviado ao Rio de Janeiro (RJ), onde se criou uma colônia para cruzamento com mosquitos contendo Wolbachia. Após algumas gerações, temos um mosquito com as características de Campo Grande, porém agora contendo a Wolbachia, já que esta bactéria é transmitida na reprodução destes insetos. Não há modificação genética do Método Wolbachia.
Método vai ser implantado na Capital
A expectativa é que, após as obras da biofábrica, ela entre em funcionamento até o mês de agosto e as primeiras liberações ocorram a partir de setembro deste ano, caso não haja qualquer outra orientação sanitária em função da pandemia de Covid-19. As liberações de mosquitos com Wolbachia ocorrerão em seis fases. Cada etapa de liberação dura cerca de 16 a 20 semanas.
