
Nutricionistas, pediatras e organizações não governamentais fizeram apelo para que a Câmara dos Deputados aprove o projeto de lei que proíbe a venda de refrigerantes nas escolas de educação básica públicas e privadas. Apresentado pelo deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) há 12 anos, a proposta já foi analisada pelas comissões e aguarda votação pelo Plenário.

Em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família nesta quinta-feira (17), especialistas destacaram a importância da medida para combater o que chamam de “epidemia” de obesidade na população brasileira.
Vice-presidente do Conselho Federal de Nutricionistas, Nancy de Araujo Aguiar informou que entre 1974 e 2009 a obesidade aumentou mais de seis vezes entre crianças de 5 a 9 anos. Segundo ela, os últimos dados, ainda de 2009, apontam mais de 30% das crianças com obesidade ou sobrepeso.
Alimentos ultraprocessados
A nutricionista atribui grande parte do problema ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, biscoitos e bebidas açucaradas, que muitas vezes são mais baratos do que os alimentos in natura. “O brasileiro cada vez mais reduz o consumo de alimentos básicos e os substitui por alimentos ultraprocessados”, disse. “As pessoas que consomem esses alimentos têm chance 37% maior de serem obesas.”
Por isso, o Conselho Federal de Nutricionistas apoia a regulamentação da venda de bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados nas escolas. Segundo ela, este é um espaço privilegiado para a formação de valores e hábitos saudáveis. Ela acrescentou que 32,3% das crianças menores de 2 anos já consomem refrigerantes ou sucos artificiais e que o refrigerante é a sexta bebida mais consumida entre os adolescentes brasileiros.
