
Além das tradicionais datas comemorativas de fim de ano, o Dezembro Vermelho chegou e neste mês são comemorados também os 30 anos de luta mundial contra a aids. Contrariando os bons resultados do restante do país, a doença apresentou um aumento de quase 11% nos últimos quatro anos no Estado do Mato Grosso do Sul, de acordo com último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. A coordenadora do Programa de DST/aids da capital, Denise Leite, avalia que isso tenha ocorrido devido a alguns fatores, que devem ser corrigidos em 2019.

“No estado, o único hospital que está atendendo pacientes com aids é o de Campo Grande, que é o Hospital HU (Hospital Universitário), então, está superlotado, e a gente ainda tem dificuldade de internação desse cliente. Às vezes, um cliente do interior acaba ficando em UPA até surgir uma vaga no hospital de referência. Outra questão é o abandono . Aquele cliente que iniciou o tratamento para de uma hora pra outra. E um município, com apenas duas referências, ainda não consegue fazer busca ativa desse cliente para retomar o tratamento.”
Além de reconhecer as dificuldades, o Programa já estuda ações para mudar estas taxas em 2019. A coordenadora afirma que serão treinadas oito equipes de atenção básica para resgatar os pacientes que desistem do tratamento. Desde 2017, vem descentralizando a oferta de testes rápidos para um diagnóstico mais precoce. Mas além de todo cuidado com os dados que assustam no momento, o estado ainda deve se preocupar com mais uma questão: o preconceito . Cansada de receber olhares indiscretos, a atleta de muay thai, Raiza Medeiros, de 29 anos, moradora de Três Lagoas, 360 km da capital, decidiu tornar sua sorologia pública.
“Hoje em dia qualquer pessoa está sujeita. Pra mim, diabetes, câncer, qualquer lúpus, HIV, ninguém quer ter, é uma alteração de saúde que deve ser tratada e cuidada como qualquer outra. Eu vou tornar isso público porque de repente eu posso assim ajudar outras pessoas que estejam na mesma situação que eu. E acredito que hoje, pra pessoa ter preconceito, é mais a forma de informação mesmo.”
Até outubro deste ano foram diagnosticadas 126 pessoas com aids e 236 com o HIV em Campo Grande. A Secretaria de saúde do município oferece tratamento gratuito no Hospital Universitário e em outras oito unidades de saúde. Além disso, de acordo com a secretaria, o governo ainda tem aumentado as ofertas de teste rápido e preservativos durante os fins de semana e feriados, festas, bares e centros. A prevenção é a melhor forma para se evitar a contaminação com o vírus. Use camisinha e conheça as outras formas de prevenção combinada, disponíveis no SUS. Proteja-se. Trinta anos da luta mundial contra a aids. Uma bandeira de histórias e conquistas. Saiba mais em aids.gov.br. Ministério da Saúde, Governo Federal.
