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SAÚDE

Encontro de Mastologia na Capital reúne especialistas do Estado e médico de renome nacional

Especialista em mastologia, o médico Guilherme Novita Garcia, do Hospital Albert Einstein e do Hospital das Américas, abordou o tema Bi-Rads alterado

8 dezembro 2018 - 11h11Da redação com informações da assessoria
Ao todo, o evento reuniu mais de 50 profissionais da saúde
Ao todo, o evento reuniu mais de 50 profissionais da saúde - Divulgação

No dia 1º de dezembro, a Sogomat-Sul (Associação de Ginecologia e Obstetricia de Mato Grosso do Sul) e SBM-MS (Sociedade Brasileira de Mastologia em Mato Grosso do Sul) promoveram, no auditório do Hospital da Cassems, em Campo Grande (MS), o 1º Encontro de Mastologia, um evento de atualização sobre os principais temas sobre mastologia, tanto para a parte de prevenção, quanto para a parte de diagnóstico e tratamento do câncer de mama.

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Ao todo, o evento reuniu mais de 50 profissionais da saúde e contou com a participação do especialista brasileiro em mastologia, o médico Guilherme Novita Garcia, que atua nos renomados Hospital Albert Einstein e Hospital das Américas. Também fizeram palestras os principais profissionais de várias áreas em Mato Grosso do Sul: Victor Rocha Pires de Oliveira, Maria Auxiliadora Budib, Raquel Cristina Rodrigues e Ruth Helena de Morais Banini.

Os temas abordados durante o encontro foram: Birads Alterado – Conduta e tipos de biópsia; A polêmica do rastreamento do câncer de mama; Hiperplastia ductal com atipia e sem atipia: como reduzir?; Como fazer TH em pacientes com alto risco para câncer de mama; Anticoncepção hormonal: existe aumento do risco de câncer de mama?; Testes genéticos: quando usá-los?; e Doenças benignas das mamas.

As palestras

A principal palestra foi do especialista Guilherme Novita Garcia, que é médico renomado e atua diretamente na luta contra o câncer de mama, desenvolvendo projetos a fim de levar às pessoas o conhecimento necessário a respeito do câncer de mama, uma doença que ataca milhares de mulheres no Brasil e no mundo. Ele abordou o tema Bi-Rads (Breast Imaging Reporting and Data System), quando falou sobre nódulos e cistos mamários, qual a conduta atual e quando deve operar ou não.

Guilherme Novita destacou que a primeira coisa a fazer é a diferenciação de um para o outro. "A diferença entre o nódulo e o cisto mamário é o conteúdo, o cisto tem conteúdo líquido, enquanto o nódulo tem um conteúdo sólido", declarou. Ele ainda pontuou que 80% dos nódulos mamários são benignos, mas é preciso investigar esse nódulo e isso é feito pelo Bi-Rads, uma sistematização que categoria todos os exames de mama.

A escala vai de zero a seis: o Bi-Rads 0 é exame inconclusivo, necessitando de avaliação adicional; o Bi-Rads 1 é normal; o Bi-Rads 2 tem alterações benignas e risco zero de câncer, necessitando de acompanhamento uma vez por ano; Bi-Rads 3 é uma alteração provavelmente benigna, com risco de câncer inferior a 2%; o Bi-Rads 4 é suspeito, risco da doença varia de 2% a 95%; o Bi-Rads 5 é altamente sugestivo de nódulo ser maligno com risco de câncer superior a 95%; e o Bi-Rads 6 é quando já se tem a doença. "Quando diagnosticamos tumores menores do que 2 centímetros, a chance de cura é de mais de 95%. Uma doença altamente curável quando se faz o diagnóstico precoce", lembrou o especialista.

Polêmica do rastreamento

Entre os profissionais locais, o destaque ficou para o médico mastologista Victor Rocha Pires de Oliveira, que abordou o tema "A Polêmica do Rastreamento do Câncer de Mama". "Hoje, nós sabemos que o câncer de mama, segundo estatísticas do Inca (Instituto Nacional de Câncer), é a doença mais comum na mulher, incluindo o câncer de pele. No Brasil, são esperamos, aproximadamente, o surgimento de 60 mil casos novos de câncer de mama até o fim deste ano, com mais de 15 mil óbitos. Em Mato Grosso do Sul, são esperados pouco mais de 900 casos, com 180 óbitos, enquanto em Campo Grande são 400 casos, com 80 mortes", revelou.

Ele destacou que muito se fala sobre os exames de rastreamento e de prevenção, mas, na verdade, no câncer de mama, nós temos o exame de detecção precoce da doença que é a mamografia. "A polêmica do rastreamento é porque temos alguns falsos positivos para a doença, porém, a mamografia é o melhor exame para o rastreamento do câncer de mama, reduzindo a mortalidade em mais de 20% na população que faz seu exame de rastreamento. A recomendação, hoje, conforme a SBM, que é todas as mulheres, a partir dos 40 anos de idade, façam a sua mamografia regularmente. Já OMS (Organização Mundial de Saúde) e o Ministério da Saúde preconizam que se façam os exames a cada dois anos e entre 50 e 69 anos de idade, pois antes dessa faixa etária há mais falsos-positivos e por isso a polêmica em relação a idade para se fazer os exames", relatou.

Victor Rocha Pires de Oliveira acrescenta que atualmente se sabe que o principal sintoma da mulher com câncer de mama é a presença de nódulos nos seios e, em país onde você tem rastreamento efetivo com a mamografia, a principal alteração é uma lesão não palpável da mama, então, é uma lesão antes de ser palpável detectada pela mamografia de rastreamento. "No Brasil ainda estamos avançando nesse sentido, para conseguir rastrear toda a população sobre câncer de mama por meio da mamografia", justifica.

O médico, que atua no Hospital da Plástica HPlas, ainda abordou sobre a cirurgia oncoplástica ou oncoplastia, que é o procedimento da moda. "Essa cirurgia consiste na associação de técnicas de cirurgia plástica empregadas para o tratamento do câncer de mama. Em situação em que indicamos uma mastectomia, nome dado à cirurgia de remoção completa da mama, nós fazemos uma reconstrução imediata, elevando a autoestima das mulheres. Aqui no HPlas nós já fazemos esse procedimento, que é o mesmo realizado pela atriz internacional Angelina Jolie", finalizou.

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