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CPMI DA JBS

Procurador reafirma que Janot atuou politicamente no acordo de delação da J&F

17 outubro 2017 - 12h31
Brasília - O procurador do MPF Angelo Goulart Villela é ouvido durante reunião da Comissão Parlamentar Mista de Iinquérito da JBS (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília - O procurador do MPF Angelo Goulart Villela é ouvido durante reunião da Comissão Parlamentar Mista de Iinquérito da JBS (Marcelo Camargo/Agência Brasil) - Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Em depoimento nesta quarta-feira (17) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, o procurador Ângelo Goulart Villela voltou a acusar o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de atuar politicamente no que chamou de “trama” do acordo de delação premiada com executivos do grupo J&F.

Villela foi preso durante a Operação Patmos, após suspeitas de que teria vazado informações sobre a Operação Greenfield, que tinha como alvo a holding J&F, controladora do grupo JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O procurador, afastado do cargo, integrava a força-tarefa da operação desde março deste ano. Segundo as investigações, Vilella, que foi solto em agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), recebia mesada de R$ 50 mil dos irmãos Batista.

Aos parlamentares Ângelo Vilella disse ainda que o objetivo de Janot era que a delação resultasse na perda de mandato do presidente Michel Temer, o que evitaria que Raquel Dodge fosse nomeada procuradora-geral da República.

Sobre sua prisão, Villela afirmou que foi a maneira escolhida por Janot para "proteger" o ex-procurador Marcelo Miller, um dos principais assessores do ex-procurador-geral. Miller, que pediu exoneração do órgão para atuar no escritório de advocacia que defende a JBS, foi determinante na crise que resultou na perda de benefícios de delatores da empresa. "A questão do Rodrigo Janot, na minha opinião, deputado, era mais do que uma proteção ao Marcelo Miller. A minha questão em relação a ele é que ele precisava deixar bem claro nesse ambiente [em] que a gente vive, midiático, de combate desenfreado à corrupção, de queridinho da mídia, de super-herói, era deixar claro que ele atuava de forma imparcial, que o compromisso dele seria única e exclusivamente combater a corrupção, doa a quem doer", disse.

Vilella disse ainda que Janot “agiu com o fígado” em relação a ele, porque se sentiu traído. “Porque eu estaria me bandeando para o lado da arquirrival dele [Raquel Dodge], como se isso, ainda que fosse verdadeiro, legitimasse uma atuação devastadora em relação a mim”, concluiu.

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