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POLÍTICA

Palocci pede autorização à justiça para voltar a trabalhar

De acordo com a defesa do ex-ministro, Palocci não vai ter salário fixo

13 abril 2019 - 07h22
A remuneração vai depender dos ganhos financeiros que o ex-todo-poderoso czar da economia nos governos Luiz Inácio Lula da Silva proporcionar à empresa
A remuneração vai depender dos ganhos financeiros que o ex-todo-poderoso czar da economia nos governos Luiz Inácio Lula da Silva proporcionar à empresa - Foto: Divulgação
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O ex-ministro Antonio Palocci pediu autorização à Justiça para a voltar a trabalhar. Segundo o requerimento feito à 12.ª Vara Federal de Curitiba, Palocci recebeu um convite para ser "assessor de planejamento" do Instituto Universal Brasileiro, empresa que desde a década de 40 ministra cursos a distância.

De acordo com a defesa do ex-ministro, Palocci não vai ter salário fixo. A remuneração vai depender dos ganhos financeiros que o ex-todo-poderoso czar da economia nos governos Luiz Inácio Lula da Silva proporcionar à empresa.

Em janeiro, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que ele disse a pessoas próximas que desejava retomar as atividades de consultor. Antes, ele próprio confessou ter usado a empresa Projeto Consultoria para camuflar milhões de reais oriundos de propinas.

Desde novembro Palocci cumpre pena em seu apartamento no bairro dos Jardins, em São Paulo. Condenado a 12 anos e 2 meses de detenção na Lava Jato, o ex-petista ganhou o benefício e redução na pena para 9 anos de prisão depois de se tornar colaborador da Justiça.

Em audiência com o juiz Danilo Pereira Junior, no fim do ano passado, ele mesmo pediu autorização para voltar a trabalhar. "Não quero passear, não quero nada, mas trabalhar, assim, acho que é uma necessidade familiar", disse Palocci ao magistrado. "Não sei se isso conta, desculpe minha ignorância, mas eu sou autônomo, eu dependo de trabalhar e acho que no processo de cumprimento de pena o trabalho não é negativo né? Tenho certeza de que o senhor pensa assim também", completou o ex-ministro.

"Não, muito pelo contrário", respondeu o juiz.

Segundo o pedido encaminhado em 4 de abril, Palocci cumpriria jornada das 9h às 17h de segunda a sexta-feira em uma das sedes do IUB em São Paulo.

Hoje o ex-ministro cumpre pena em regime "semiaberto diferenciado com recolhimento residencial integral", usa tornozeleira eletrônica e só pode sair de casa com autorização judicial. As visitas são limitadas a pessoas sem relação com a Lava Jato.

Rotina

Segundo pessoas próximas, Palocci passa os dias cuidando de plantas e escrevendo, no apartamento de 500 m² avaliado em R$ 12 milhões nos Jardins.

Palocci adquiriu o hábito de plantar mudas de árvores frutíferas nos dois anos em que esteve preso em Curitiba. Na época ele aproveitava as sementes das frutas que consumia e semeava mudas com as quais presenteava colegas de cárcere e visitantes. Além disso, o ex-ministro faz exercícios físicos e escreve um livro com as reflexões que anotou na cadeia sobre os erros dele próprio e do PT.

O pedido de Palocci ainda será apreciado pelo Ministério Público Federal. A Procuradoria já questionou réus da Lava Jato que fizeram cursos a distância pelo IUB para abater penas.

O Instituto Universal Brasileiro afirmou que ofereceu uma vaga a Palocci, mas que, desde o fim de março, as conversas não avançaram. Ainda segundo o instituto, não foram discutidas questões de remuneração e não houve contratação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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