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HOMENAGEM

Herois da pátria, ex-combatentes da FEB são homenageados na ALMS

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul homenageou na noite desta terça-feira (22) pessoas e entidades cujos trabalhos e ações enalteceram a Força Expedicionária Brasileira (FEB)

22 maio 2018 - 20h54Fernanda Kintschner
Seis ex-combatentes de Mato Grosso do Sul, todos com mais de 93 anos, estiveram entre os homenageados
Seis ex-combatentes de Mato Grosso do Sul, todos com mais de 93 anos, estiveram entre os homenageados - Wagner Guimarães
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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul homenageou na noite desta terça-feira (22) pessoas e entidades cujos trabalhos e ações enalteceram a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e seus herois, que lutaram na 2ª Guerra Mundial, ao lado da Itália contra a intolerância e o racismo da Alemanha nazista. O evento foi proposto pelos deputados Lidio Lopes (PEN) e George Takimoto (PMDB).

Atualmente os ex-combatentes sul-mato-grossenses fazem parte da Associação dos Veteranos da FEB e compuseram, à época, o 9º Batalhão de Engenharia de Combate de Aquidauana. São eles: Agostinho Gonçalves da Mota (93 anos), Isidoro Teodoro da Silva (93 anos), Manoel Castro Siqueira (95 anos), Januário Antunes Maciel (96 anos), Moacir Aleixo (97 anos) e Justino Pires de Arruda (98 anos).

Emocionado, Agostinho da Mota, que hoje preside a seção Regional da Associação, agradeceu a homenagem. “Foi muito importante o que a FEB fez e tudo o que passamos na guerra. Hoje essa honraria faz com que as pessoas também se lembrem da nossa Associação e o que os combatentes conseguiram. Isso não pode ser esquecido. Naquela época eu tinha 20 anos, me chamaram e eu tenho o maior orgulho de ter gravado meu nome na história. Não consegui terminar o ensino primário, mas tive muita experiência de vida e muito amor à causa do Brasil”, enfatizou Agostinho.

Januário Maciel conta que tinha 17 anos quando foi convocado para lutar. “Estava servindo em Campo Grande e logo que me apresentei já jurei a bandeira e me mandaram para o Rio de Janeiro. De lá fui para a Itália. Foi difícil, mas hoje estou feliz e agradeço muito a homenagem”, ressaltou. Januário mostrou com orgulho a boina com o símbolo dos pracinhas - uma cobra fumando - pois à época, devido ao frio na Itália e ao despreparo dos soldados, diziam que era “mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil ganhar”.

O historiador e vice-presidente da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira, coronel Wellington Corlet dos Santos, afirmou que em 1943 foram convocados mais de mil pracinhas. “Mais do que a vitória, eles trouxeram concepções de democracia, paz e liberdade, além do cultivo do espírito fraternal de solidariedade humana. Infelizmente há quem acredite que o Brasil nunca tenha ido à guerra, mas aqui no Estado temos seis deles ainda vivos, que sobreviveram à guerra e ao pós-guerra, que também deve ser difícil superar tudo e estar aqui lúcido quase 73 anos depois. Eles passaram por muito e têm muito a nos ensinar”, declarou.

O deputado Lidio Lopes discursou em agradecimento. “Eu nunca servi o Exército, mas tenho um orgulho enorme de ver homens honrosos como eles e minha fala é de gratidão a todos, pela história e legado que deixaram ao país”, definiu. O evento entregou aos homenageados a Medalha do Mérito da Força Expedicionária Brasileira, instituída por meio da Resolução 10/2005.

Em nome dos homenageados, o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Paulo Eduardo Cabral, usou a tribuna. “Embora eu nasci após a guerra, minha família tem intensa lembrança devido a um tio que integrou a FEB. Eram traumáticas as memórias que ele guardava e pouco delas falava. Eu fazia um ‘rosário de perguntas’, pois era criança. Do tio Antônio Cabral, ouvia narrativa de privações, relatos de às 3h da manhã ir para a fila garantir comida, notícias de amigos mortos e enormes sofrimentos. Os projetos individuais e coletivos eram pautados e permeados pela guerra. Seus desdobramentos até hoje o fazem sentir. A participação dos brasileiros foi em etapa crucial da batalha, por isso temos que destacá-los”, discursou.

Também foram homenageados: Ângela Santos Siqueira, Arthur Jorge Ferreira do Amaral, Arthur Martins Lopes, Francisco das Chagas Alves, Geraldo Duarte Ferreira, Helton Costa, Iran Rodrigues Gonzaga Júnior, Januário Antunes Maciel, João Francisco Ferreira, Joaquim Fernandes Sanche da Silva, José Mário Antunes da Silva, Justino Pires de Arruda, Niedson de Carvalho Mendonça, Paulo Baltazar, Rita de Cássia de Barros Galícia, Rosângela Lieko Kato, Rubens Alberto Rodrigues Januário e Yuri Yasuo.

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