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POLÍTICA

Em SP, Doria fecha secretariado mirando nas eleições de 2022

12 dezembro 2018 - 06h39
Comper

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), ampliou e nacionalizou seu arco partidário de alianças ao montar o primeiro escalão do próximo governo de São Paulo. Além do PSDB, o futuro secretariado reúne nomes do PSD, DEM, PP, PRB e MDB. Das 20 pastas anunciadas, além de mais duas secretarias extraordinárias, seis serão ocupadas por ex-ministros do governo de Michel Temer, entre eles, Henrique Meirelles - anunciado nesta terça-feira, 11, para comandar a Fazenda estadual (mais informações na pág. A13).

As escolhas de Doria também mostram que, dois anos após vencer a disputa pela Prefeitura da capital - cargo que renunciou em abril - com o discurso de "gestor", o tucano politizou sua equipe para seu segundo mandato executivo. Trouxe para São Paulo políticos de outros Estados que não necessariamente estão familiarizados com as demandas paulistas, mas que podem dar sustentação política em uma futura eleição.

Oficialmente, o tucano diz que as escolhas são técnicas. "Nosso objetivo é gestão, não eleição, com os melhores nomes disponíveis no País." Doria, no entanto, mantém o plano de disputar o Planalto e, para isso, a estratégia foi alterada. Além de atrair nomes fortes de outros partidos, como Gilberto Kassab (PSD) e Meirelles (MDB), o tucano apoia o presidente eleito Jair Bolsonaro.

Alexandre Baldy (PP), futuro secretário de Transportes Metropolitanos, é um exemplo. Advogado, nascido em Goiás, nunca atuou profissionalmente em São Paulo. Aproximou-se da área de mobilidade há apenas um ano, quando assumiu o cargo de ministro das Cidades.

Ligado ao DEM, mas não filiado, o atual ministro da Educação (no cargo desde abril), Rossieli Soares, vai assumir a mesma área em São Paulo tendo como experiência semelhante a passagem pelo governo do Amazonas. A realidade paulista também vai se impor a Meirelles e Vinicius Lummertz (Turismo), ambos de Goiás, e Sérgio Sá Leitão (Cultura), que é do Rio.

Mercado

Áreas tradicionalmente geridas por quadros do PSDB serão, com Doria, serão repassadas a aliados ou representantes do mercado. Na Saúde, terá como secretário José Henrique Germann, que não tem experiência no setor público, mas levará ao governo a bagagem de ter atuado em alguns dos principais hospitais privados do País. Os tucanos no governo Doria serão apenas três: Marco Vinholi, Célia Leão e Marcos Penido.

Para o cientista político Rodrigo Prando, da Mackenzie, não ter sido o escolhido pelo PSDB para a corrida presidencial pode ter beneficiado Doria. "Se ele faz um bom governo aqui e monta uma secretaria como essa, dá para ele uma projeção nacional. O governador de São Paulo naturalmente é uma opção para o Planalto". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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