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OPERAÇÃO EXTORTIO

Quadrilha que pretendia extorquir R$ 2,5 milhões de políticos é desarticulada na Capital

Entre as vítimas estão quatro políticos e advogados, que eram intimidados por meio de cartas enviadas à pessoas da família

23 outubro 2019 - 09h57Da Redação
Com o trabalho realizado pela Polícia Civil nenhum valor foi pago aos criminosos
Com o trabalho realizado pela Polícia Civil nenhum valor foi pago aos criminosos - Foto: Divulgação

Após oito meses de investigação, foi desmontada ontem (21) uma quadrilha com integrantes detentos que extorquia políticos, médicos e advogados na Capital. A Operação Extortio divulgou que o esquema foi arquitetado por três detentos do sistema prisional de MS, que fora da cadeia contavam com o apoio da esposa de um deles, responsável pela execução das tarefas.

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Entre as vítimas estão quatro políticos e advogados, que eram intimidados por meio de cartas enviadas à pessoas da família.

Conforme a titular da Deco (Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado), responsável pela operação, delegada Ana Cláudia Medina, que comandou a investigação, em fevereiro um político procurou a Polícia Civil para denunciar as extorsões que vinha sofrendo, mediante o envio pelos criminosos de correspondências para casas e locais de trabalhos de alguns familiares. “Os criminosos negociavam a quantia de R$ 2,5 milhões para pararem de intimidar os familiares”, explica a delegada.

Nas cartas enviadas os criminosos faziam ameaças de morte à alguns integrantes das famílias das vítimas, normalmente adolescentes, caso não recebessem os valores estipulados. “Com o recebimento das correspondências na Deco, eles [criminosos] tiveram conhecimento de que a polícia entrou no caso e passaram a intimidar essas vítimas, outra vez através de seus familiares [filhos de advogados, esposas, ex esposas], para que tirassem a polícia do caso”, relata Medina.

Dessa vez, as ameaças dos criminosos chegaram às vítimas por meio de mensagens de texto, envidas aos celulares das vítimas. O que surpreendeu a Polícia Civil foi o fato dos telefones celulares de onde originaram as mensagens estarem registrados nos nomes das próprias vítimas.

Durante as investigações, a foi identificado que a tentativa de venda de informações e delações às vítimas. Segundo a delegada Medina, eram os próprios criminosos que estavam por trás da negociação criminosa. “Eles estavam ligados desde o início [às extorsões] e depois eram os mesmos que se apresentavam como colaboradores para indicar quem os estava ameaçando”, afirma.

Com o trabalho realizado pela Polícia Civil nenhum valor foi pago aos criminosos. Ao todo quatro pessoas foram presas durante a Operação Extortio da Deco. Entre os presos estão 3 detentos do sistema prisional de Mato Grosso do Sul e a esposa de um deles, que também teve a prisão temporária decretada pela Justiça, após representação feita pela delegada Ana Cláudia Medina.

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