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NÃO SE CALE

Pelo menos 77% dos feminicídios em MS acontecem dentro de casa

Documento lançado nesta segunda-feira faz um raio-x das mortes violentas de mulheres

1 junho 2020 - 17h30
O Mapa do Feminicídio lançado hoje traz dados dos 30 casos ocorridos no Estado no ano de 2019
O Mapa do Feminicídio lançado hoje traz dados dos 30 casos ocorridos no Estado no ano de 2019 - Foto: Divulgação

Um mapeamento realizado pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM) em parceria com a Delegacia-Geral da Polícia Civil, divulgou hoje (1º) que 77% dos feminicídioos ocorreram naquele local onde as mulheres deveriam estar mais seguras: na sua residência e que 37% dos casos os autores utilizaram de arma branca (faca, canivete ou machadinha).

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No estudo, 56,66% das mulheres foram mortas por homens com quem conviviam e tinham relacionamento afetivo; que em 40% dos casos o motivo foi a não aceitação do término do relacionamento; e que em 33,33% o motivo alegado foi ciúmes – o que denota sentimento de posse sobre a vítima.

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp/MS), houve 110 casos de feminicídios consumados e 220 casos de feminicídios na forma tentada no período de 2015/2018, sendo 21,8% na Capital e 78,2% no interior. Em 2019, foram 30 feminicídios consumados e 98 tentativas, sendo 16,6% das mortes ocorridas em Campo Grande e 83,4% no interior.

Crescimento do feminicídio em MS

Dos crimes de violência doméstica, destacam-se por sua maior incidência, a ameaça com 16.846 e a lesão corporal dolosa com 7.770, observando que os dois tipos podem ser enquadrados numa mesma situação, com um boletim de ocorrência por lesão corporal e ameaça, entre outros crimes eventualmente praticados contra uma mesma vítima.

Das 1.562 vítimas mulheres que procuraram uma Delegacia de Polícia em Mato Grosso do Sul para relatar crime de estupro em 2019, 50,45% era crianças na forma da lei (0 a 11 anos), 41,36% eram meninas na fase da adolescência (12 a 17 anos) e mulheres adultas, maiores de 18 anos, representaram 8,19% das vítimas dos crimes sexuais.

“É preciso nominar, quantificar e qualificar a investigação e o julgamento dos crimes de feminicídios para a formulação de políticas públicas baseadas em evidências concretas, em estatísticas de cada município, de cada região. É isso o que pretendemos com o diagnóstico alcançado no “Mapa do Feminicídio MS”: aprimorar e fortalecer as políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres, para prevenir e erradicar os feminicídios em Mato Grosso do Sul”, explica a subsecretária Luciana Azambuja.

O Mapa do Feminicídio lançado hoje traz dados dos 30 casos ocorridos no Estado no ano de 2019.

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