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FEMINICÍDIO

Cresce índice de feminicídio em MS e companheiro ou ex são os principais responsáveis

O último que chocou o Estado foi o vigilante que matou a ex-mulher em Dourados

13 julho 2020 - 17h30Carlos Ferreira
Rosemir Fernandes de Souza, 52, matou a ex-mulher em Dourados
Rosemir Fernandes de Souza, 52, matou a ex-mulher em Dourados - (Foto: Adilson Domingos)

Na noite de ontem (12), Lucineide Maria dos Santos Ortega, 51, foi vítima de seu ex-marido, Rosemir Fernandes de Souza, 52, que armado com um revólver calibre 38, atirou contra grupo de pessoas em frente à casa da ex-mulher em Dourados. Além de matar a ex, o vigilante baleou quatro pessoas feridas, entre elas duas meninas de quatro e 10 anos. Ferida na cabeça, a mais nova está em estado gravíssimo na UTI. A motivação do crime seria o término do relacionamento com a ex-mulher. O vigilante em seguida entrou em uma igreja e se matou.

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O caso chocou a população, mesmo o Estado sendo o terceiro no ranking de ligações para o 180, canal de denúncia de violência voltado exclusivamente às mulheres. E o pior, a maioria dos agressores eram os companheiros das vítimas. Os registros de 2019 apontam que 29,67% dos agressores eram companheiros; 15,13% ex-companheiros e 10,67% cônjuges.

Nas denúncias, 4,35% para tentativa de feminicídio, 4,08% por violência moral e 3,81% para denunciar ameaça e 78,96 por violência doméstica.

Segundo os números divulgado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, os números, nada animadores, mostram que em 2019, as ligações para denunciar casos de violência doméstica aumentaram 7,93% e as tentativas de feminicídio foram 74,65% maiores que em 2018.

O Estado teve um índice de ligações ao 180 de 82, 42 por 100 mil habitantes, a terceira maior do país, ficando atrás do Distrito Federal e do Rio de Janeiro. Uma média de 2,3 mil mulheres sul-mato-grossenses pedindo ajuda. Quando o assunto foi denúncia de violência doméstica, novamente Mato Grosso do Sul ficou em terceiro lugar, com 69,36 ligações para denunciar a cada 100 mil habitantes.

Em 2019 foram aproximadamente 18.700 registros de boletins de ocorrência em todos os 79 municípios sul-mato-grossenses, com maior incidência nos crimes de ameaça e lesão corporal. Tivemos 98 feminicídios tentados, onde as vítimas sobreviveram por sorte e contra a vontade de seus algozes – e 30 casos consumados, onde essas mulheres não estão mais aqui com suas famílias. Comparando com 2018, houve uma redução de 6,3%. Só nos três primeiros meses de 2020, foram oitos casos de feminicídios consumados e quase 4.500 boletins registrados.

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