
Uma planta tem sido a solução para o combate ao mosquito da dengue o Aedes aegypti, o mesmo transmissor da zika. A planta se chama Crotalária, a ideia tem dado tão certo, que em Sorriso no estado do Mato Grosso, por exemplo, segundo a prefeitura tem diminuído o registro da doença.

Em Sorriso-MT, a arma para combater a doença são flores. Crotalária é uma planta que possibilita o controle biológico.
O controle acontece da seguinte maneira: a flor da crotalária atrai a libélula que, por sua vez, se alimenta do ovos do mosquito da dengue. Dessa maneira, o Aedes aegypti não consegue se reproduzir. De acordo com a engenheira agrônoma Cinthya Cominesi, uma das responsáveis pela ideia, tudo começou num congresso de produtores rurais. A libélula também põe ovos nos mesmos locais que o mosquito da dengue, em água parada, água limpa. Quando as lavas da libélula eclodem, elas comem as lavas do mosquito da dengue, e a libélula também come o mosquito Aedes aegypti.
Controvérsia
A Crotalária é inútil contra dengue, diz cientista da Unicamp. Uma lei aprovada em Dourados em abril deste ano obriga a prefeitura doar mudas e sementes de crotalária para ajudar no combate a dengue é “inócua” e “fantasmagórica” e pode levar o município ao ridículo perante autoridades de saúde pública no exterior. A crítica é do biólogo Carlos Fernando Andrade, PhD do Departamento de Biologia Animal do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Durante passagem pela cidade, o cientista disse que a lei aprovada pela Câmara de Dourados deve ser barrada, já que o uso da planta crotolária juncea ( nome científico) é uma medida que não oferece segurança de controle sobre a dengue.
Na época da aprovação da lei, a justificativa dos vereadores era que as flores amarelas da planta atraem as libélulas, insetos predadores naturais dos mosquitos da dengue, de pernilongos e de outros. Daí a sugestão de que haveria um controle biológico viável ao combate dos mosquitos Aedes aegypti, apesar de não ter comprovação cientifica.
No entanto, para o biólogo pós doutorado nos Estados Unidos em controle de mosquito, as cidades que adotarem as mesmas leis, podem colocar em risco a saúde da população. “Ao invés do município trabalhar com a ideia de levar a população à conscientização do combate aos criadouros, com limpeza diária, buscam impor medidas alternativas que não têm garantia nenhuma de combate à dengue”, critica.
