bonito
AGEPEN

Paranaíba institui Lei Municipal para ocupação de mão de obra prisional

21 dezembro 2018 - 11h00

Paranaíba (MS) – A utilização do trabalho prisional pelo poder público municipal agora tem força legislativa em Paranaíba. Foi instituída este mês uma lei local que autoriza o executivo a firmar parceria com a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para a ocupação de reeducandos que cumprem pena nos regimes semiaberto, aberto e livramento condicional na cidade, bem como daqueles que já se encontram na condição de egressos do sistema prisional.

Canal WhatsApp

Publicada no Diário Oficial do Município do último dia 14 de dezembro, a Lei nº 2.218 estabelece que poderão ser executados serviços administrativos ou gerais, como limpeza e manutenção de espaços públicos. O valor do convênio será de até R$ 520 mil, com dotação orçamentária pela Secretaria Municipal de Obras, Urbanismo e Habitação. Além do fator social, a ocupação do trabalho prisional também reduz custos ao poder público ou empresa contratante, gerando uma economia de até 50% nas despesas com encargos sociais e trabalhistas. 

A Prefeitura de Paranaíba já possui parceria com a Agepen para ocupação de mão de obra carcerária, cujo convênio foi retomado no ano passado. Atualmente, 18 internos prestam serviços ao Município. “A novidade é que, com a lei, essa parceria ganha um peso maior, além de expandir para a possibilidade de contratação dos egressos, ou seja, pessoas que acabaram de cumprir suas penas, mas ainda enfrentam as dificuldades de reingresso no mercado”, explica a chefe da Divisão do Trabalho da Agepen, Elaine Cecci.

No ano passado, o convênio com a agência penitenciária rendeu à Prefeitura de Paranaíba a conquista do Selo Resgata, um certificado nacional, emitido pelo Ministério da Justiça e Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em reconhecimento a empresas e instituições que se destacam na ocupação de mão de obra carcerária e atendem aos critérios estabelecidos.

Para o diretor do Estabelecimento Penal de Regimes Semiaberto, Aberto e Assistência ao Albergado de Paranaíba (EPRSAA-Par), Adenor Alves Mendonça, o convênio entre a Agepen e a Prefeitura de Paranaíba tem trazido grandes benefícios para os custodiados. “Esse convênio possibilitou que os internos pudessem trabalhar de maneira digna, recebendo seus proventos mensais e, remindo suas penas, o que facilita o processo de ressocialização”, afirma.  “Agora, esta lei traz maior amparo para que essa ação ocorra sem prejuízo para os integrantes dessa parceria”, comenta.

De acordo com o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, atualmente a instituição conta com 174 empresas parceiras, que oferecem ocupação produtiva a detentos. “O trabalho é visto como uma das formas mais eficientes para construção da cidadania e de uma nova identidade à pessoa em situação de prisão, o que impacta na não reincidência criminal ”, destaca.

O dirigente reforça, ainda, que Mato Grosso do Sul vem se destacando no cenário nacional quando o assunto é ocupação da mão de obra de apenados. “Graças ao empenho de nossa equipe de servidores e a conscientização cada vez maior do empresariado local, e do poder público, somos um dos estados com o maior número de detentos trabalhando, superando em 10% a média nacional de ocupação laboral”, enfatiza o dirigente, reforçando que atualmente 33% dos internos estão trabalhando.

Com relação às prefeituras, além de Paranaíba a Agepen possui convênio para ocupação de mão de obra prisional com os municípios de Anastácio, Aquidauana, Cassilândia, Corumbá, Dourados, Jateí, Ladário, São Gabriel do Oeste e Três Lagoas.

Keila Oliveira – Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen)

Foto: Roberto Chamorro – Ascom Prefeitura de Paranaíba

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop