
O Comitê de Mulheres em defesa da Democracia realiza neste sábado, 9 de abril, na Praça Ary Coelho, em Campo Grande-MS, o “Aulão na Praça – Mulheres Vêm pra Democracia!”, um ato público com discussão política, participação de entidades dos movimentos sociais e a presença da trabalhadora rural Rosângela Piovizani, dirigente nacional do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), organização que faz a luta pela terra sob a ótica feminista.

Piovizani, que é membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o chamado “Conselhão”, ficou nacionalmente conhecida no início do ano passado, quando participou da ação de doação de cabelos às vítimas de escalpelamento na Amazônia, promovida no VI Congresso Latino-americano de Organizações do Campo – ClOC, e entregue ao Congresso Nacional. Ela também foi recebida pelo Papa Francisco, no Vaticano, em outubro de 2014, junto com representantes de movimentos sociais e populares de todo o mundo.
Golpe contra as mulheres
No ato de sábado, as mulheres pretendem fazer a defesa do mandato legitimamente constituído da presidenta Dilma Roussef. Elas afirmam que as mulheres têm muito a perder com a ausência de democracia. “Os líderes do impeachment são grandes corruptos e trabalham pela retirada de direitos das mulheres; eles querem provar que a mulher não pode estar no comando”, diz o comitê no panfleto que será distribuído na praça.
Segundo as organizadoras, os políticos e partidos que defendem o impechment apresentam propostas de ações e legislação homofóbica, sexista e racista. “O golpe é político, mas também econômico, pois significa a volta ao neoliberalismo, com o ataque aos programas sociais e aos direitos trabalhistas, e os mais prejudicados serão os pobres, mulheres, negros, indígenas, população LGBT”, afirma seu documento.
As mulheres também vão se manifestar contra a "Lei da Mordaça", como está sendo chamado o Projeto de Lei nº 8.242/16, recentemente aprovado na Câmara Municipal de Campo Grande, que proíbe professores d falar sobre política, religião e sexualidade na escola. O comitê considera uma legislação antidemocrática e autoritária, que não condiz com a democracia.
