
O excesso de chuvas em Mato Grosso do Sul criou novos gastos para o governo após várias cidades afetadas severamente com queda de pontes, alagamento de casas e destruição da malha viária. Além disso, caso o ritmo pluvial se mantenha há possibilidade de que os prejuízos respinguem na arrecadação do Governo do Estado.

De acordo com o Secretário de Estado de Fazenda, Márcio Monteiro, os estragos aumentam as despesas, haja vista que é preciso injetar recurso naquilo que não estava planejado. "É uma adequação de verba. Ou aumentam as despesas ou tem que mudar as prioridades. No nosso caso, como não houve incremento de receitas, muito provavelmente será preciso fazer uma redistribuição do recurso, tirando de um planejamento que foi feito antes para investir no que não estava planejado, mas que se tornou prioridade nesse momento", explicou o secretário.
Questionado sobre uma possível queda na arrecadação dos cofres públicos, Monteiro disse que ainda é cedo para uma análise mais aprofundada e números precisos, contudo afirmou que o excesso de chuvas pode mudar o ritmo da economia.
"Nós não temos nenhum reflexo ainda de imediato, mas isso certamente deve repercutir em um futuro próximo. Se a chuva se mantiver no nível em que está, nós poderemos ter algum impacto na safra, na colheita da soja, um retardamento no plantio do milho safrinha, por exemplo. Isso tudo gera uma diminuição e pode impactar a receita. Da mesma forma que a desaceleração na construção civil devido a crise, que apresenta um quadro menos favorável ainda com as fortes chuvas. Enfim, chuva em excesso acaba afetando a economia de forma negativa e consequentemente afeta a arrecadação do Estado que está diretamente ligada a isso", finalizou.
Estragos
Dados atualizados pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) apontam que ao todo, 28 cidades de Mato Grosso do Sul decretraram estado de emergência em razão dos estragos provocados pelas fortes chuvas que vem ocorrendo desde o fim de novembro de 2015. O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Isaías Bitencourt, estima que o conserto dos estragos girem em torno de R$ 200 milhões.
O coordenador adjunto da Cedec, coronel Adriano Rampazo, informa que os últimos números revelam 153 desabrigados nos municípios de Aquidauana, Miranda e Dois Irmãos do Buriti. Na cidade de Naviraí, outras 13 famílias também estão desabrigadas devido a erosão, uma vez que os imóveis foram condenados pela Defesa Civil. Os registros revelam também sete pessoas desalojadas em Miranda. Porém, um levantamento mais preciso está sendo realizado nas demais cidades.
"Em números gerais, nós temos contabilizado mais de 67 mil pessoas afetadas de alguma maneira por conta das fortes chuvas. Nesse exato momento nossas equipes estão a campo realizando um Plano de Trabalho, que será encaminhado para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil para saber em quais setores o Governo Federal poderá auxiliar o Estado", declarou Rampazo.
A Cedec já disponibilizou até o momento cerca de R$ 60 mil em cestas básicas e R$ 150 mil de telhas e lonas.
Pontes e estradas
As chuvas provocaram diversos estragos, como alagamento e erosões e os danos se estendem a estradas, rodovias, pontes e vias públicas urbanas. De acordo com o secretário de Estadual de Obras, Marcelo Miglioli, nesta semana será finalizado o levantamento sobre os custos para a reconstrução das pontes.
"Ainda é cedo para falarmos em valores. Nesta semana vamos saber quanto será preciso gastar para recuperar as pontes. Outras equipes estão fazendo o levantamento da região sul que foi mais afetada. Ressalto que não falta dinheiro para a recuperação dos prejuízos causados pela chuvas", finalizou.
