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ESPORTE

Times de Futebol europeus sofrem prejuízos em 2020

Todos os países acabaram sofrendo com os efeitos da pandemia, e com os times não poderia ser diferente, e a tendência é que as perdas sejam ainda mais sentidas nos próximos anos.

17 julho 2020 - 09h37Da Redação
Charlie Marshall, executivo-chefe da ECA.
Charlie Marshall, executivo-chefe da ECA. - (Foto: Reprodução/Twitter)

É na Europa que se encontram as maiores ligas de futebol do planeta: Bundesliga, Premier League, Campeonato Italiano de Futebol, La Liga, SuperLig e outras movimentam milhões de euros.

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Todos os países acabaram sofrendo com os efeitos da pandemia, e com os times não poderia ser diferente, e a tendência é que as perdas sejam ainda mais sentidas nos próximos anos. É o que informou a European Club Association (ECA), órgão independe que representa os clubes de futebol europeus.

Em um estudo realizado pela associação, ficou claro que os times devem se preparar, principalmente para a próxima temporada. Os times principais acumularão prejuízos somados na casa de 4 bilhões de euros. Tal impacto não pode ser contido nem mesmo com a volta dos campeonatos. Lembrando que os jogos foram paralisados em março e o primeiro campeonato a voltar foi o Bundesliga, em maio.

No comunicado, Charlie Marshall, executivo-chefe da ECA, informou que: “Agora é hora de construir um entendimento comum e amplo entre todas as partes interessadas sobre os fatores econômicos e pontos de pressão dos clubes de futebol, para que, trabalhando juntos na recuperação, também possamos aproveitar a oportunidade para construir mais sustentabilidade. Isto é imperativo, pois ainda estamos vivendo com o COVID-19 e temos que aprender a ser mais flexíveis e estarmos preparados para a imprevisibilidade do nosso futuro”.

Para Marshall, os clubes devem fazer as devidas adaptações para passar por essa inevitável turbulência econômica. Para isso será importante organizarem as finanças e diminuir os custos.

Sabe-se que a maior parte das rendas dos clubes cobrem os altos salários. Isso é esperado, já que os maiores nomes do futebol mundial jogam por lá, como é o caso de Kylian Mbappé (do PSG), Neymar (PSG), Mohamed Salah (Liverpool), Lionel Messi (Barcelona) e Sterling (Manchester City), só para citar alguns.
Problemas não são novos para os times europeus


Milan. Imagem: Reprodução

Mesmo ligas com grandes patrocinadores sofrem com problemas financeiros. Os campeonatos foram paralisados em março, sendo o alemão Bundesliga o primeiro a retornar em maio. E mesmo essa volta não serviu para cobrir os custos. Todos os times tiveram que seguir rígidos controles e um deles incluía a ausência dos torcedores nos estádios. Esse se torna um grande impacto, principalmente para as ligas menores, que dependem fundamentalmente das rendas obtidas durante as partidas.

Mas as perdas não começaram este ano. Ao contrário, elas são antigas. É o caso do Milan, um dos maiores times do Campeonato Italiano. O Milan enfrentou o Juventus no último 7 de julho pela Série A. E mesmo vencendo a “Vecchia Signora”, está distante de superar os prejuízos acumulados ao longo de anos. O time teve um balanço negativo de 572,8 milhões de euros em 7 anos e meio. Em parte, isso se explica pelo baixo desempenho dos rossoneros em campo. Nas últimas sete temporadas, o Milan ficou fora do top 5 do Campeonato Italiano em cinco oportunidades, conforme dados levantados pelo sitedeapostas.bet. Soma-se a isso o fato de o time ter disputado a Champions League apenas duas vezes, o que comprometeu seriamente as finanças, já que as cotas de TV e bilheteria do torneio europeu são uma receita crucial para os grandes clubes do continente. Seu concorrente, o Juventus, também não ficou atrás. O time vem fazendo acordos com bancos para amortizar os juros de financiamentos.

Mesmo tendo vários times com grandes patrocinadores, a Premier League também não passa ilesa. O Manchester City, time que está em segundo na liga inglesa, chegou a ser punido pela Uefa por irregularidades. O time tentou burlar a lei, omitindo a origem verdadeira do dinheiro arrecadado. Na verdade, os valores contabilizados vinham do dono do próprio clube, o xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan. Tal manobra é proibida na regulamentação europeia, e acabou rendendo dois anos de banimento nas próximas temporadas. O time, porém, ainda está tentando reverter a situação e conseguir chegar ao primeiro título da Champions nesta temporada.


Barcelona. Imagem: Reprodução

Quem também acumula dívidas altas é o Barcelona. Um dos principais times do La Liga também passa por dificuldades financeiras. Um dos motivos é apontado como um mau gerenciamento de suas contratações: o time já gastou quase 1 bilhão de euros somente com reforços nos últimos 5 anos, e a maior parte deles não teve o rendimento esperado. O Valência, também do La Liga, amarga um déficit que já dura quase uma década. Nem mesmo a venda do clube para um bilionário em 2014 conseguiu melhorar a situação.

Os três maiores times de Portugal também estão com as pernas bambas. O Benfica, Sporting e FC Porto terminaram o campeonato anterior acumulando dívidas que somam 1.118 milhões de euros. Quem está na pior posição é o Sporting, que acumula uma dívida de 7,9 milhões.

Como podemos ver, é uma situação que merece cuidados neste momento. A maior parte dos campeonatos europeus já retornou. Resta aos times tentarem manter um acordo junto aos patrocinadores e tentar manter um caixa enquanto as receitas não estejam estabilizadas.

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