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A indústria da construção civil em MS registrou o menor índice de empresas comparado com os estados do Centro-Oeste, segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção Civil 2018, divulgada hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento indica que o crescimento do setor ficou parado em pelo menos 10 anos.

Ao portal A Crítica, o presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Amarildo Melo, explica que o crescimento do setor estava andado em passos lentos, porém o resultado estava vindo de forma progressiva. “Havia uma leve recuperação. Junto com a recuperação vinha a expectativa da reforma administrativa, tributária e fiscal. Com essa pandemia, que é uma extra-campo, o plano da previdência foi embora. O nosso mercado não está paralisado, está andando, mas em passos bem curtos”, afirma.
No começo do ano o setor da construção civil de MS estava com expectativas de crescimento para o ano ano. Para as entidades, era esperado um crescimento de até 2% neste ano no valor bruto da produção (VBP), que encerrou 2019 em R$ 3,20 bilhões e, com a projeção, pode chegar a R$ 3,26 bilhões em 2020. Em fevereiro, a indústria da construção conta com 1.938 estabelecimentos, que juntos empregam 19.585. Até dezembro, a expectativa era de 24.585 empregados com carteira assinada, mas com a pandemia os planos mudaram. “Hoje o setor está cauteloso principalmente por conta da pandemia e essa pandemia se mostrou uma fratura exposta para o país”, diz.
O setor estava com altas expectativas - Foto: Marcelo Cabral Jr.
Melo ainda define que o desalinhamento político está prejudicando o setor não só da construção civil, mas de todas as outras de grande importância na área da economia. “Essa pandemia mostrou uma fratura muito ruim que é o ‘desalinhamento politico nacional’. Isso tira um pouco da credibilidade não apenas do governo executivo, mas também do judiciário e legislativo. O que se vê claramente é que essas pessoas não tem um projeto de nação. Nenhuma economia vai para frente sem o planajemento”, ressalta.
Segundo o IBGE, em 2009 esse setor industrial apresentava 634 empresas ativas, mas chegou ao final de 2018 com 914, crescimento de 41%, mas o menor da região.
Na visão de Amarildo o setor da construção vai ser importante para governo. “A vantagem da construção civil, é que é um mercado de trabalho intinerante. Gera emprego muito rápido, tem um retorno muito rápido. O governo, queira ou não, terá que investir na indústria da construção civil”, afirma.
Para Melo a previsão de melhorias no setor será a partir do segundo semestre.
