cassems
FINANCIAMENTO

Saiba o risco de mercado em operações com Cédula de Produto Rural

Como é sabido pelo mercado, cada vez mais o financiamento governamental ficará mais escasso

14 janeiro 2020 - 16h03Da Redação, com informações da Revista Globo Rural
CPR é um dos principais instrumentos para financiar produção
CPR é um dos principais instrumentos para financiar produção - Reprodução
Terça da Carne

Como é sabido pelo mercado, cada vez mais o financiamento governamental ficará mais escasso e, consequentemente, a iniciativa privada irá aumentar a sua participação no agronegócio brasileiro. Um dos instrumentos mais utilizados para captação de recursos para o setor é a Cédula do Produto Rural – CPR –, criada a partir da lei 8929/94, que tem por finalidade financiar o produtor rural na sua lavoura.

Canal WhatsApp

Existem dois modelos de CPR. A física é a que o produtor se compromete a entregar o produto (ex: sacas) no dia da liquidação, enquanto a financeira é aquela onde o tomador do recurso paga aquele financiamento.

Na CPR física o risco de mercado do produtor é zero, porque como ele entregará um “X” número de sacas ao financiador, pouco importa a ele o preço da saca no vencimento da operação. Lógico que existem outros riscos inerentes à sua atividade econômica, tais como: climático, pragas, frustação de safra, etc. A ideia aqui é analisar o risco de mercado numa operação de CPR.

Na emissão de uma CPR física fica claro que a transferência do risco de mercado é do financiador da CPR, ou seja, caso o preço do ativo objeto caia e, porventura, não tenha sido realizada uma operação de hedge – proteção -, utilizando o mercado de derivativos, essa operação ficará comprometida. Se essa operação fosse uma operação de Barter – entrega de insumo contra uma entrega do produto numa data futura, muito utilizado no agronegócio -, ela traria prejuízo à indústria de insumo.

Na CPR financeira, apesar de maior simplicidade, pois trata-se de uma operação de financiamento puro e simples, o emissor (produtor) é quem está correndo risco de mercado. A explicação é bem simples. Quando ele fez o financiamento através da CPR financeira, ele ficou com o compromisso de, no vencimento, pagar aquele empréstimo em reais, ou seja, ele não está utilizando a moeda do produtor, que seriam as sacas. Como existe um certo espaço de tempo entre a emissão e o vencimento do título, caso ocorra uma desvalorização do ativo objeto, de 50% por exemplo, esse produtor terá que vender o dobro do número de sacas que ele havia imaginado. Evidentemente, se ele tivesse feito hedge de sua exposição, ele estaria fora do risco de mercado.

Numa estruturação de uma operação de Barter, muitos se preocupam com o aspecto legal do negócio e deixam em segundo plano a questão do risco de mercado, sendo este, um dos pontos mais importantes a serem analisados. Como essa é uma operação de troca - insumos x produto-, faz-se necessário levantar todos os fatores primitivos de risco, tais como: curva da taxa de juros, volatilidade do ativo objeto, taxa de câmbio – caso o ativo objeto seja cotado em dólar-, intervalo de tempo, custo e oportunidade do dinheiro no tempo, entre outros.

Outro aspecto que deve ser levantado são as dificuldades de emissão de uma CPR. Normalmente, o tempo de elaboração com aspectos jurídicos e registros em cartório tornam-se um obstáculo para que o produtor rural utilize esse importante instrumento de financiamento.

Pensando em todas essas dificuldades, a Bolsa Brasileiras de Mercadorias vem disponibilizando ao mercado o BolsaAgro CPR, uma plataforma digital que nada mais é que um facilitador de emissão de CPRs com todo respaldo técnico e jurídico, desde a sua concepção com a assinatura eletrônica, através de e-cpf ou e-cnpj, gestão do registro em cartório, até a emissão da quitação da mesma. Um processo simples e rápido com respaldo da Bolsa que tem mais de 15 anos de experiência no agronegócio.

O que se pretendeu mostrar aqui de uma maneira bem simplificada, é como administrar o risco de mercado numa operação de Barter, tanto para o emissor quanto para o financiador, primeiramente, identificando os fatores primitivos de risco, o seu aspecto legal e as facilidades tecnológicas oferecidas na emissão de uma CPR.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop