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ECONOMIA

Ministro defende mais competitividade para o turismo brasileiro

17 maio 2018 - 21h11
Comper

O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, disse hoje (17), em Fortaleza (CE), que o setor de turismo, e a hotelaria brasileira em particular, precisarão se abrir mais à competitividade caso o país queira, de fato, superar a marca de 6 milhões de turistas estrangeiros a nos visitar.

“Somos um país forjado por pessoas do mundo inteiro, mas [economicamente] nos fechamos [ao exterior] por muitos anos. Em 1990, a economia brasileira tinha um grau de internacionalização de 9%. Hoje, estamos em 19%. Os Estados Unidos estão em torno de 50%. Em países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico], este percentual chega a 80%”, argumentou o ministro, ao participar do 60º Congresso Nacional de Turismo (Conotel).

Para Lummertz, o turismo pode ajudar o país a se abrir mais à concorrência internacional, mas, para isso, será preciso garantir segurança jurídica para os investidores – nacionais e estrangeiros – e reduzir o chamado Custo Brasil, para que possa aumentar a produtividade de sua economia.

“O que impede o aumento da nossa produtividade é todo o nosso sistema, nosso arcabouço legal. É a insegurança jurídica e o chamado Custo Brasil. É preciso mudar a lógica atual – que, hoje, é sobreviver, e não crescer”, acrescentou o ministro. De acordo com ele, entre 140 países avaliados, o Brasil ocupa a 137ª posição dos piores ambientes para se montar um negócio de turismo.

“Em todos os países há dificuldades, mas, aqui, as empresas chegam perguntando onde podem instalar seus empreendimentos e não se sabe. Tem que ver, que discutir…precisamos ultrapassar isso. Países bem-sucedidos já resolveram as questões [que dificultam] a instalação de marinas, parques naturais, portos turísticos e de negócios em cidades históricas. Estamos melhorando nossas regulamentações, mas precisamos ter mais consciência do nível de mudanças que ainda precisa ocorrer”, apontou Lummertz.

Segurança pública

Perguntado se os problemas de segurança pública são um empecilho ao aumento do turismo doméstico e internacional, o ministro disse que esta é uma questão que afeta o mundo todo, em maior ou menor grau.

“As cidades boas para se fazer turismo são aquelas que são boas para os seus cidadãos. Ninguém quer viajar para uma cidade que não tenha boa infraestrutura, segurança e serviços […] Para tudo, precisamos que as empresas sejam mais rentáveis, façam mais negócios e ganhem mais dinheiro. Esta é uma roda positiva.”

Segundo o Ministério do Turismo, no Brasil, o setor gera 7 milhões de empregos diretos, indiretos e induzidos no Brasil. No mundo, 1 a cada 5 empregos criados em 2017 foram gerados em atividades ligadas ao segmento, que impacta mais de 50 atividades.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Manoel Linhares, concorda quanto à necessidade de superar entraves burocráticos.

“Uma das coisas que, no Brasil, emperra os negócios em turismo, é a burocracia. O registro de funcionamento de uma marina, por exemplo, pode demorar dez anos. Nos Estados Unidos, isso é concluído em três meses, com a assinatura de apenas dez folhas de papel. Temos que desburocratizar e rever as leis do setor”, pontuou Linhares. Ele também defende a legalização dos jogos de azar, a regulamentação dos aplicativos de reservas de hospedagem e a abertura das empresas aéreas ao capital estrangeiro.

* O repórter viajou a convite dos organizadores do Conotel

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