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ECONOMIA

Inflação de Campo Grande sobe e atinge 1,14% em novembro

Alimentação e Transportes foram os que mais contribuíram para a alta.

7 dezembro 2015 - 14h45
O índice de preços do grupo Alimentação registrou alta expressiva em relação a Outubro, da ordem de 3,33%
O índice de preços do grupo Alimentação registrou alta expressiva em relação a Outubro, da ordem de 3,33% - Reprodução

A proximidade com o final do ano sinaliza novo aumento da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Uniderp, fechou em 1,14%, número bem maior do que o registrado em outubro (0,97%). O indicador é o quarto mais alto do ano.

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No comparativo com novembro de 2014, o índice de 2015 ficou 0,59% maior. “Na análise entre os meses de novembro, essa inflação só foi superada em novembro de 2002, quando chegou a 4,91%”, avalia o coordenador do Nepes e pesquisador da Uniderp, Celso Correia de Souza.

Os grupos com maiores percentuais de contribuição para a elevação da inflação na capital foram: Alimentação, com índice de 3,33% e contribuição para a inflação de 0,68%; e Transportes, com 1,80% e contribuição de 0,27%. Já a deflação em novembro foi registrada do grupo Saúde (-0,06%), mas com pouca contribuição para frear a inflação.

Devido ao alto índice de novembro, o grupo Alimentação continua a preocupar, segundo Celso Correia. “O aumento foi muito expressivo. Em outubro, registramos 1,65%, e no mês passado, 3,33%. A tendência é permanecer próximo desse patamar em dezembro, período de alto consumo devido às festas de final de ano. A inflação nesse mês, historicamente, sempre foi alta”, prevê o pesquisador.

Inflação acumulada – A inflação acumulada nos últimos doze meses, em Campo Grande, é de 10,96%, muito acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5%. As maiores inflações no período, por grupo, foram com: Alimentação (14,81%), Habitação (13,36%), Transportes (11,85%) e Despesas Pessoais (11,54%).

Para Celso Correia, a escalada da inflação sinalizada anteriormente se concretizou. “A inflação acumulada em 12 meses na cidade de Campo Grande rompeu o patamar dos dois dígitos, o que não acontecia desde o ano de 2003, quando atingiu 11,82%”, ele diz. “O fato é negativo para as autoridades governamentais e para o contribuinte, que está vendo seu salário reduzir o potencial de compra”.

Considerando os 11 meses de 2015, a inflação acumulada já ultrapassou o teto da meta, chegando a 10,48%. Destacam-se com as maiores inflações acumuladas os grupos: Alimentação (13,63%), Habitação (13,14%), Transportes (11,67%) e Despesas Pessoais (11,13%).

Os dez mais e os dez menos do IPC/CG – Os responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação do mês de novembro foram: passagem de ônibus urbano (0,14%), batata (0,09%), arroz (0,08%), etanol (0,07%), tomate (0,06%), clube (0,06%), açúcar (0,04%), laranja pera (0,04%), bebidas não alcoólicas (0,03%) e cebola (0,03%).

Já os dez itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período com contribuições negativas foram: hidratante (-0,02%), refrigerador (-0,02%), vestido, pilha, cenoura, alface e costela (todos -0,01%), entre outros com menor variação.

Segmentos

Em novembro, o grupo Habitação apresentou elevação de 0,26% em relação ao mês anterior. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram: vela (6,24%), cera para assoalho (5,77%), desinfetante (4,03%), entre outros. Quedas de preços neste grupo ocorreram com: álcool para limpeza (-6,85%), lâmpada (-4,97%), refrigerador (-4,41%), entre outros.

O índice de preços do grupo Alimentação registrou alta expressiva em relação ao mês anterior, da ordem de 3,33%. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos desse grupo foram: batata (34,14%), tomate (32,30%), cebola (30,58%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com abobrinha (-13,86%), limão (-11,06%), manga (-8,88%), entre outros.

O pesquisador da Uniderp explica que, além da influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns produtos, principalmente verduras, frutas e legumes, o aumento de preços nesse grupo é ocasionado pela “elevação do consumo com as festas de final de ano”.

Dos quinze cortes de carnes bovinas pesquisados pelo NEPES da Uniderp, onze deles tiveram alta de preços. Os maiores aumentos ocorreram com: músculo (8,24%), cupim (4,85%), ponta de peito (4,08%), paleta (3,05%), patinho (1,90%), alcatra (1,68%), contra-filé (1,50%), acém (1,32%), coxão mole (1,11%), vísceras de boi (0,29%), filé mignon (0,10%) . As quedas de preços foram com: costela (-1,15%), lagarto (-0,97%), picanha (-0,89%) e fígado (-0,18%).

A valorização da carne bovina é motivada pela alta demanda do produto, especialmente com as festas de final de ano, quando há alto consumo do produto. “Essa valorização também está atrelada à baixa oferta de boi gordo para o abate e a entrada de boi de confinamento que, historicamente tem um preço mais elevado do que o boi de engorda a pasto”, afirma Correa.

Paralelamente, o real desvalorizado frente ao dólar também tem favorecido a exportação do produto, diminuindo a oferta no mercado interno de carne bovina. Além disso, há uma migração de consumidores dos cortes mais caros para cortes mais baratos de carne bovina, bem como, para a carne suína, majorando os seus preços.

As carnes suína e de frango também ficaram mais caras em novembro. A costeleta suína aumentou 3,68% e o pernil 0,38%. Apenas a bisteca teve queda de -0,61%. O frango resfriado teve reajuste de 2,54%, como também, os miúdos, com aumento de 0,20%.

Em relação ao grupo Transportes, houve alta de 1,80%, devido aumentos nos preços em passagem de ônibus urbano (8,33%), etanol (3,92%), automóvel novo (1,08%), entre outros produtos com menores variações.

Seguindo o mesmo comportamento, o grupo Despesas Pessoais registrou alta de 1,03%. Alguns produtos/serviços desse grupo que tiveram aumentos de preços foram: produto para limpeza de pele (6,03%), fio dental (5,20%), mensalidade de clube (4,55%), entre outros. Queda de preço só ocorreu com hidratante (-5,32%).

Já no grupo Vestuário foi constatada uma pequena inflação, de 0,19%. Aumentos de preços que ocorreram neste grupo foram: saia (2,11%), camiseta masculina (2,08%), camisa masculina (1,16%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com: vestido (-1,45%), bermuda e short feminino (-1,23%), sandália/chinelo feminino (-0,09%), entre outros.

O grupo Educação apresentou estabilidade em seu índice, sem variação de preço em nenhum produto/serviço.

O grupo Saúde registrou pequena queda de -0,06%, sendo que os maiores aumentos ocorreram com: anti-infeccioso e antibiótico 0,38%, material para curativo 0,18%, anti-inflamatório e antirreumático 0,14%, entre outros. As quedas mais significativas foram constadas com os produtos: analgésico e antitérmico (-1,38%), antialérgico e broncodilatador (-1,30%), antigripal e antitussígeno (-0,32%), entre outros.

IPC/CG – O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC / CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande.

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