
O valor da cesta básica do mês de novembro de 2018, comparado com o mês de outubro, apresentou uma pequena elevação de 1,22% em Dourados. A constatação é da pesquisa realizada pelos acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE), da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O levantamento foi feito na última semana de novembro e primeira semana de dezembro. Cabe lembrar que no mês anterior, os preços da cesta básica douradense tiveram uma forte elevação.
Os produtos que compõem a cesta básica, conforme o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e de acordo com a Lei Nº 399 que estabelece o salário mínimo, são: Açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão-francês e tomate. O preço da cesta básica de outubro/2018 com estes produtos ficou em R$ 380,06, o que significa 39,84% do salário mínimo que foi de R$ 954,00. Já no mês de novembro/2018, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia superior para a compra dos produtos componentes da cesta básica: R$ 384,68, o equivalente a 40,32% do salário mínimo vigente.
Dos 13 produtos que compõem a cesta básica, seis apresentaram um aumento de preços no mês de novembro, em Dourados, repetindo o que aconteceu nos meses de setembro e outubro. O produto que teve a maior elevação e pela segunda vez consecutiva, foi a batata, com 27,35%. Os outros produtos que aumentaram de preços foram: banana (18,61%), feijão (10,91%), açúcar (6,61%), carne (0,97%) – pelo segundo mês consecutivo, e óleo de soja (0,94%).
Os produtos que diminuíram de preço no mês de novembro foram: leite (14,18%), arroz (5,82%) e tomate (4,75%), após uma elevação muito forte no mês de outubro. Os pesquisadores ressaltam que apesar desta queda, em novembro estes produtos ainda estão com o preço muito elevado. Outros produtos que tiveram queda de preços foram o pão-francês, com 1,25%; o café em pó, com 1,02%; e a manteiga, com leve queda de 0,27%. A farinha de trigo fechou sem nenhuma variação no mês de novembro na comparação com o mês anterior.
Com o aumento dos preços dos produtos da cesta básica no mês de novembro, os pesquisadores enfatizam que vale a pena a pesquisa nos diversos supermercados antes da compra. O supermercado que praticou o preço mais elevado foi de R$ 406,31 na cesta básica e o menor foi de R$ 345,69, uma diferença de R$ 60,66, ou seja, um valor 17,55% menor e que compensa o “sacrifício” de percorrer vários estabelecimentos. Outra sugestão que fazem é a de verificar também os levantamentos realizados pelo PROCON de Dourados, porque o método adotado por esta instituição é a de comparar os preços praticados por cada estabelecimento e dar a publicidade identificando cada supermercado com os mesmos produtos.
CAPITAIS
Se comparado com a capital do estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, o preço da cesta no mês de novembro foi de R$ 420,80, portanto, maior que a de Dourados. Desta vez, a cesta básica douradense foi superior aos preços praticados em oito capitais estaduais brasileiras das dezoito que o DIESSE verifica. Estas capitais foram: Belém, Goiânia, São Luís, Aracaju, João Pessoa, Recife, Natal e Salvador.
Em nível nacional, as três capitais de estado com as cestas mais caras foram: São Paulo (R$ 471,37), Porto Alegre (R$ 463,09) e Rio de Janeiro (R$ 460,24). Os menores preços médios no mês de novembro foram verificados em: Recife (R$ 333,50), Natal (R$ 332,21) e Salvador (R$ 330,17). A equipe de estudantes de Ciências Econômicas observou que os menores preços foram praticados nas capitais da Região Nordeste do país. No mês de novembro/2018, pela segunda vez consecutiva, os preços da cesta básica aumentaram em 16 capitais estaduais do país das 18 realizadas, é o que registra a pesquisa feita pelo DIEESE.
De outubro para novembro, o poder de compra do trabalhador diminuiu. Das 220 horas mensais de trabalho (44h por semana), um douradense que recebe salário mínimo teria que trabalhar 87 horas e 38 minutos para pagar a cesta básica de outubro. Já no mês de novembro/2018, este mesmo trabalhador precisaria de 90 horas e 2 minutos.
SALÁRIO MÍNIMO
Levando em consideração a determinação da Constituição Nacional de que o valor do salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas do trabalhador brasileiro e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Assim, em outubro de 2018, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.783,39, isso significa 3,97 vezes mais do que o mínimo vigente que é de R$ 954,00. E em novembro, o salário mínimo necessário estava em R$ 3.731,39, representando 3,91 vezes o salário praticado no mês. Assim, no comparativo, o trabalhador brasileiro teve um pequeno ganho de outubro para novembro. Diferentemente do trabalhador douradense que registrou uma perda do poder de compra do seu salário no mesmo período.

