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ECONOMIA

Banco Central decide manter taxa de juros em 6,50% ao ano

Decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime; BC retira do comunicado frase em que vê como 'adequada' manutenção da Selic nas próximas reuniões

20 junho 2018 - 19h04
As datas das próximas decisões do Copom são as seguintes: 1º de agosto; 19 de setembro; 31 de outubro; 12 de dezembro
As datas das próximas decisões do Copom são as seguintes: 1º de agosto; 19 de setembro; 31 de outubro; 12 de dezembro - Beto Nociti/Banco Central
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O cenário externo parece "mais desafiador". A avaliação consta do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado nesta quarta-feira, 20, pelo Banco Central após a manutenção do juro básico da economia em 6,50% ao ano, como previa a maioria absoluta dos analistas.

Cenário externo

No documento, o BC diz que o ambiente internacional "seguiu mais desafiador e apresentou volatilidade". Nesse tema, os riscos estão "em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas". A avaliação desses riscos, continua o Copom, "produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais" recentemente. Esse ajuste, explica o BC, gerou "redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes".

Greve dos caminhoneiros.

A greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio, "dificulta a leitura" da evolução da economia brasileira, reconhece o Banco Central. Apesar dessa dificuldade, os diretores do BC admitem que o movimento que afetou a economia por vários dias seguidos resulta em recuperação da atividade em "ritmo mais gradual". Na inflação, a autoridade monetária reconhece que o movimento grevista deve resultar em "efeitos altistas significativos e temporários" nos preços.

O comunicado da reunião desta quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom) avalia que a "paralisação no setor de transporte de cargas no mês de maio dificulta a leitura da evolução recente da atividade econômica". Antes do protesto, em abril, os indicadores sugeriam "atividade mais consistente que nos meses anteriores", cita o documento. "Entretanto, indicadores referentes a maio e, possivelmente, junho deverão refletir os efeitos da referida paralisação".

Diante do impacto da paralisação, o Copom afirma que o "cenário básico contempla continuidade do processo de recuperação da economia brasileira, em ritmo mais gradual". Em meados de maio, antes da paralisação, o tom do comitê era mais otimista. "Os últimos indicadores de atividade econômica mostram arrefecimento, num contexto de recuperação consistente, mas gradual, da economia brasileira", citaram os diretores em 16 de maio.

Inflação.

Além da atividade, a greve dos caminhoneiros também deve gerar impacto "significativo" nos preços. Em trecho do comunicado, os diretores do BC avaliam que, no curto prazo, "a inflação deverá refletir os efeitos altistas significativos e temporários da paralisação no setor de transporte de cargas e de outros ajustes de preços relativos".

Os membros do Comitê consideram, porém, que essa pressão de alta é pontual. Para os meses à frente, o BC avalia que os indicadores de preços seguirão "em níveis baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária".

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