
Em 26 de agosto de 1987 a então primeira-dama do Brasil, Marly Sarney (esposa de José Sarney) chegava a Campo Grande para acompanhar assinatura de convênios da LBA (Legião Brasileira de Assistência) com o governo do Estado (o governador era o Marcelo Miranda). Era costume, até o governo Collor, que a LBA fosse "apadrinhada" pelas primeiras-damas.

O presidente da LBA, Marcos Villaça, e a primeira-dama, Marly. Note, ao fundo, o ex-governador André Puccinelli, que era deputado estadual (empossado naquele ano)
A visita, porém, chamou atenção pelo excesso de segurança em torno da primeira-dama. Já avisados de como o esquema de segurança seria complicado, a imprensa botou a boca no trombone e conseguiu melhorar as coisas, com empenho do então secretário de Comunicação, Luiz Fernando Pescollo, conseguindo acesso dos fotográfos ainda no aeroporto. Porém, na primeira agenda, após o evento no Parque dos Poderes, tudo se fechou outra vez!
As primeiras-damas de todo o Estado vieram receber a primeira-dama federal (Marly Sarney, de óculos)
A primeira-dama teve um encontro com o secretário estadual de Cultura, cargo ocupado pelo artista Humberto Espíndola, em sua casa no Jardim dos Estados. Uma longa comitiva de quarenta carros e dois ônibus saiu do Parque dos Poderes até a Rua da Paz para celebrarem o encontro dos dois artistas. Vale lembrar que em 1987 foi quando a popularidade de José Sarney foi ao chão, com protestos em quase todo evento que o presidente estivesse.
Qual não foi a surpresa dos jornalistas ao se dirigirem ao local para acompanhar o séquito e encontrar a Polícia Militar fechando toda a quadra e proibindo o acesso... Nem mesmo os jornalistas da assessoria do governo estadual puderam entrar, apenas os que vieram de Brasília. Uma pauta fechada! De castigo, provavelmente, não houve teto para que o avião de Marly fosse à Corumbá e ela passasse no Pantanal, também fechou o céu e o séquito voltou ao Distrito Federal.
Marly Sarney era madrinha da LBA. Evento concorrido na Governadoria, em 26 de agosto de 1987.
BIOGRAFIA
Marly Pádua Macieira Sarney é a esposa do ex-presidente do Brasil José Sarney. Entre seus filhos estão Sarney Filho, ex-ministro do Meio Ambiente e Roseana Sarney, 57.ª e 60.ª Governadora do Maranhão. Marly e seu marido se conheceram em 1946, quando ela tinha catorze anos de idade. Sarney foi seu primeiro e único namorado, após o namoro e noivado, casaram-se em 12 de julho de 1952. O casal mora na Ilha de Curupu, em Raposa, que foi deixada como herança pelo pai de Marly.
Primeira-dama
Com a redemocratização do país, Marly inaugurou o rol das primeiras-damas pós-ditadura militar, de maneira que Dulce Figueiredo foi a última esposa de presidente militar. A posição poderia ter sido ocupada por Risoleta Neves, mas seu marido, o presidente eleito Tancredo Neves, acabou por falecer antes de tomar posse, abrindo caminho para que seu vice, José Sarney, assumisse o país. Marly tornou-se a primeira-dama do Maranhão aos trinta e três anos de idade quando seu marido foi eleito como governador em 1965
Embora tenha sido tímida e discreta em seu papel, e jamais opinado sobre os assuntos do governo, atuou como presidente do Conselho Administrativo da Legião Brasileira de Assistência (LBA) até o ano de 1988.
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