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- CALAMIDADE NO INTERIOR
Fátima do Sul tem oito casos confirmados de coronavírus; seis são funcionários do frigorífico de Dourados
- EM BONITO
Três funcionárias de frigorífico interditado em Bonito testaram positivo para coronavírus
- MAIS UM
Frigorífico de Bonito é interditado após funcionário contrair Covid-19 de caso confirmado em Guia Lopes
- CONTAMINAÇÃO
Frigorífico de MS fecha por 15 dias após ter cinco funcionários com coronavírus
Com o aumento de 9% nas exportações de carne que totalizou 321,9 milhões de dólares neste ano, a indústria frigorífica considerada essencial para o abastecimento da economia sul-mato-grossenses, virou o foco dos casos de coronavírus em MS. Era questão de tempo para que acontecesse um surto da Covid-19 dentro das indústrias alimentícias. Só neste mês, os frigoríficos de Bonito, Dourados e Guia Lopes da Laguna tiveram casos confirmados de funcionários com o vírus.

O sinal de alerta foi ativado no setor e o Ministério Público do Trabalho (MPT) notificou no mês passado quase 30 indústrias com unidades ativas no Estado para que seguissem recomendação específica sobre práticas sanitárias capazes de obstar o contágio e a disseminação da Covid-19, tanto em relação aos empregados diretamente contratados quanto aos demais prestadores de serviços internos e externos. Amanhã (22) o MPT realiza uma coletiva com o procurador Jeferson Pereira, que irá detalhar ações desenvolvidas até o momento para conter os riscos de contágio pelo novo coronavírus no âmbito das indústrias frigoríficas do Estado e mitigar o avanço de infecções em ambientes onde já existem casos confirmados da doença Covid-19, a exemplo de unidades em Bonito, Guia Lopes da Laguna e Dourados.
Casos – Em Guia Lopes da Laguna, o Brasil Global Agroindustrial Ltda que registrou, no início do mês, cinco casos confirmados de Covid-19. Segundo a direção da empresa, um caminhoneiro teve contato com dois funcionários no dia 24 de abril. Dias depois, ele comunicou ao estabelecimento que estava com Covid-19. Os funcionários foram isolados e um deles testou positivo para a doença. Na primeira semana de maio, o medidor de temperatura do frigorífico detectou quatro funcionários com febre, cujos testes comprovaram depois a infecção. A unidade tem 311 funcionários e decidiu suspender as atividades por 15 dias, contados do dia 8 de maio.
Em Dourados a unidade do Seara Alimentos Ltda. (JBS) está deixando a população em alerta. Conforme os dados divulgados no último dia 19, pela Secretaria Municipal de Saúde da cidade, seis casos confirmados eram funcionários do JBS/Seara de Dourados. No último dia 19, um grupo de agentes da vigilância sanitária de Rio Brilhante realizou a abordagem de um ônibus que transportava 16 funcionários do frigorífico JBS do município de Dourados. Durante a averiguação, foi constatado que quatro dos 16 trabalhadores apresentavam fortes sintomas da Covid-19. Os funcionários que aguardam pelo resultado do exame foram afastados preventivamente dos trabalhos.
A unidade do Seara Alimentos Ltda. (JBS) em Dourados está deixando a população em alerta
Por meio de nota, o JBS alegou que tem tomado medidas para garantir a saúde e segurança de seus colaboradores. A empresa "adotou medidas para garantir o máximo de segurança para seus colaboradores e prestadores de serviços em todas as suas dependências que já apresentou casos confirmados".
No município turistício de Bonito, o único frigorifico foi interditado após duas funcionárias de um mesmo setor serem diagnosticadas com Covid-19. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Prefeitura da cidade, a decisão da interrupção das atividades da planta partiu da Vigilância Sanitária. A Prefeitura informou que uma das funcionárias contaminadas é esposa de um trabalhador de outro frigorífico, em Guia Lopes da Laguna.
O MPT espera saber com as investigações se houve negociação com o sindicato profissional para reduzir a atividade frigorífica apenas a sua essencialidade em termos de abastecimento da população e quais outras providências estão sendo tomadas para proteger a saúde dos trabalhadores próprios e dos prestadores de serviços.
A reportagem tentou contato com a Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de MS) que não respondeu as chamadas.
