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INTERNACIONAL

Aumento de casos nos EUA deve gerar segunda onda no outono

Pelo menos 29 Estados observaram aumento da média de casos diários após a flexibilização das restrições de circulação

22 junho 2020 - 14h20Estadão Conteúdo
Nova York entrou na fase 2 da reabertura, com restaurantes abrindo áreas externas, barbearias e lojas de varejo voltando a funcionar
Nova York entrou na fase 2 da reabertura, com restaurantes abrindo áreas externas, barbearias e lojas de varejo voltando a funcionar - (Foto: Stephanie Keith/Getty Images/AFP)

À medida que a curva de infecções nos Estados Unidos começa a aumentar novamente, o governo do presidente Donald Trump tenta redefinir as expectativas sobre seus esforços para conter o coronavírus e reconhece que provavelmente haverá outra onda de casos no segundo semestre.

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Os Estados Unidos foram responsáveis por 20% de todas as novas infecções em todo o mundo no domingo, segundo dados do jornal The New York Times, mesmo quando a população do país representa cerca de 4,3% do total mundial.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na segunda-feira, 22, os países para não tornar o vírus uma questão política, principalmente porque as infecções em todo o mundo estão aumentando. "Sabemos que a pandemia é muito mais que uma crise de saúde - é uma crise econômica, social e, em muitos países, uma crise política", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Embora ele não tenha indicado países específicos, o vírus tornou-se politicamente controvertido em muitos países, incluindo os Estados Unidos. Em todo o país, os casos aumentaram 15% nas últimas duas semanas, com as elevações mais significativas registrados no sul, oeste e centro-oeste. Ao menos 29 Estados e territórios dos EUA registraram um aumento em sua média de sete dias de novos casos relatados depois de muitas restrições flexibilizadas recentemente.

A Califórnia, o estado mais populoso, registrou 4.515 novos casos no domingo, estabelecendo um recorde para o maior aumento diário no número de infecções desde março. E Missouri e Oklahoma também bateram recordes para o número de novos casos relatados em um único dia.

No estado de Washington, o governador Jay Inslee alertou no fim de semana sobre "uma situação desesperadora para a saúde pública" no condado de Yakima, no centro de Washington, onde os casos aumentaram, os hospitais atingiram a capacidade máxima e os pacientes foram levados para Seattle para atendimento médico.

"Estamos francamente no ponto de ruptura", disse Inslee, que planejava exigir que as pessoas do condado começassem a usar máscaras em público. O condado de Yakima tem mais de 6.300 infecções, quase o mesmo que Oregon.

Os novos números de infecções foram divulgados depois que um funcionário da Casa Branca disse que o governo federal estava trabalhando para reabastecer o estoque nacional de equipamentos e suprimentos médicos, em preparação para outra onda do vírus neste outono.

Peter Navarro, diretor de comércio da Casa Branca, disse à CNN que o esforço não era necessariamente uma indicação de que a onda viria. "Estamos enchendo o estoque antecipando um possível problema no outono", disse Navarro. "Estamos fazendo tudo o que podemos". Navarro também disse que um comentário do presidente Trump no fim de semana sobre querer desacelerar o teste de vírus tinha sido "irônico".

Em seu comício de campanha em Tulsa, Oklahoma, no sábado, Trump disse: “Quando você faz testes nessa medida, encontrará mais casos. Então, eu disse ao meu pessoal: 'Devagar, por favor'. "No domingo, especialistas em saúde pública refutaram diretamente a promessa recente de Trump de que a doença "desapareceria", bem como suas observações a uma plateia sem máscara no comício de Tulsa.

O médico Scott Gottlieb, ex-comissário da Food and Drug Administration, disse em entrevista à ABC: "Estamos vendo as taxas de casos subirem. Essa é uma indicação clara de que agora o vírus está se espalhando. Isso não é apenas por testar mais".

Também no domingo, a OMS registrou o maior aumento de um dia de infecções em todo o mundo. Ao todo, o vírus contaminou pelo menos 8,9 milhões de pessoas em todo o mundo e matou pelo menos 468 mil.

Nos Estados Unidos, o número de novas infecções aumentou constantemente nos últimos cinco dias após baixas nos 80 dias anteriores. Ao mesmo tempo, as mortes em geral caíram drasticamente. A média de 14 dias caiu 43% no domingo.

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