
Desde a meia-noite desta terça-feira (5), o Mato Grosso do Sul está com a operação Piracema, período reprodutivo da maioria das espécies de peixes das duas bacias que cortam o Estado (Paraná e Paraguai). Este período se estenderá até o dia 28 de fevereiro de 2020, em todos os rios de MS.

Os dados das últimas 14 operações mostram que as apreensões de pescado saíram de duas toneladas, e têm se estabilizado em um patamar médio de uma tonelada, enquanto aumenta proporcionalmente a quantidade de pessoas presas por insistirem em pescar neste período. Na última piracema, foram apreendidos somente 319 kg, sendo 39 pescadores presos por pesca ilegal. De acordo com o tenente coronel e chefe da Comunicação Social da Polícia Militar Ambiental (PMA), Edenilson Queiroz, que esteve nesta terça-feira (5) no Giro Estadual de Notícias, a prevenção à pesca predatória, principalmente nos meses que antecedem a piracema, tem auxiliado na efetividade das fiscalizações.
"O fator preventivo tem auxiliado no desenvolvimento das operações. Nos últimos cinco anos fazemos a pré Piracema. Ou seja, desde setembro nos já reforçamos a fiscalização porque tem cardumes maiores de peixes formados. O defeso existe para proteção de um período critico porque a maioria dos nossos peixes faz a reprodução fazendo grandes cardumes. Eles ficam vulneráveis em cachoeiras e corredeiras", frisou o tenente.
Ele destaca que neste período a PMA já estava fazendo monitoramento dos cardumes para evitar a pesca predatória. "Com as primeiras chuvas os peixes começam a subir os rios e a gente tava monitorando estes cardumes porque tinha muito turista pescando. Além de fiscalizar, a operação ajuda a treinar nossas equipes para a Piracema", acrescentou.
A queda no volume de pescado apreendido aponta a eficácia da fiscalização. "A ação de manter os policiais no rio neste período evita a pesca predatória. Mas se alguém desrespeitar você consegue pegá-lo com pouca quantidade de pescado", explicou.
Outra novidade na fiscalização deste ano será o uso de drones para coibir os abusos dos pescadores. "Vamos usar os drones para percorrer trechos de rios. Com a tecnologia poderemos manter a vigilância num trecho do rio ao outro com mais eficácia. Além é claro do pessoal que ficará nos barcos e nos pontos fixos", adiantou.
Cota-Zero
Na avaliação do tenente coronel a implantação da cota zero de pesca pode ajudar a recuperar a população de peixes nos rios do Estado. "Vemos esta proposta como diferenciada do Estado junto a União de começar a recuperar os rios. Isso permitirá a recuperação também das bacias dos rios e isso melhora o recrutamento, melhora a reprodução. Consequentemente no futuro nós teremos os nossos recursos pesqueiros recuperados", avaliou.
Na entrevista o tenente coronel ainda abordou a questão da redução no tráfico de aves silvestres e explicou melhor as regras da Piracema. Confira no player abaixo:
