No primeiro semestre deste ano, fui surpreendida por um presente muito legal e que tinha tudo a ver com o momento que eu vivia. Tinha acabado de ter a minha primeira filha, a Martina, e estava amamentando livre demanda, por orientação da médica e do meu marido, que é pediatra.
Não passei grandes dificuldades como a maioria das pessoas relatam, graças a Deus, mas lembro de ter sido uma época de muita dedicação, entrega e disciplina. A Martina mamou exclusivamente leite materno por cinco intensos meses e eu só tenho boas recordações da fase. Mas para todas que passam por falta de leite, empedramento, dor, sangramento, o alívio é saber que existe hoje uma rede de apoio gigante e que torna a amamentação uma atividade mais leve.
O meu presente foi um verdadeiro mimo, já que eu não precisava ter mais leite, (eu cheguei a doar para o Banco de Leite da maternidade).
Os chás naturais, bombons saudáveis e a granola perfeita que eu recebi foram aqueles produtos afetivos que, quando você recebe, não esquece. Além de muito deliciosos, eles são feitos à base de ingredientes que estimulam a amamentação.
Junto com eles, a proprietária da marca, a campo-grandense Marina Cangusu Soares, 36 anos, me enviou ainda um infusor fofo, tudo embalado em papel craft e muito capricho.
Passado quase um ano, eu conversei com ela por WhatsApp para saber mais sobre a marca dela, a Mama+, e os planos que ela tem para a empresa.
Dá uma lida:
Marina, conta um pouco sobre sua trajetória profissional:
Sou fisioterapeuta formada pela Puc-Campinas e especializada em Geriatria e Gerontologia pela Universidade de São Paulo. Me formei também em uma técnica de integração corporal chamada Rolfing e hoje curso uma formação internacional em Fitoterapia a distancia. Faço atendimentos domiciliares com fisioterapia geriátrica em São Paulo, além de atender em uma clínica multidisciplinar meus clientes de Rolfing, gerenciar a Mama+ e ser mãe da menina mais fofa do mundo, de 2 anos e 8 meses, a Maitê.
Como você teve ideia da Mama+:
A ideia da Mama+ surgiu quando minha filha tinha 2 meses de idade, em maio de 2016. Sou autônoma e precisei voltar a trabalhar muito cedo. Com a nova rotina acelerada, estresse e bebê em casa sem livre demanda, minha produção de leite caiu muito. Na época, tomava litros de um chá super conhecido no mercado, mas com o orçamento apertado, não dava mais pra gastar toda essa grana. Nessa mesma época, minha irmã , que mora em Miami, também tinha acabado de ter bebê e passamos juntas pelos mesmos desafios da amamentação. Foi ela quem comentou comigo sobre a gama de produtos naturais que existia por lá para estimular a produção de leite materno. Passamos madrugadas adentro pesquisando ervas e produtos para esse fim. Achei algumas ervas equivalentes mais usadas por lá e com aval do meu sogro, que é pediatra, fui testando em mim e deu super certo.
Passei essa receita para algumas amigas que também tinham acabado de ter bebê e funcionou com elas também. Foi aí que durante uma das milhares madrugadas acordada amamentando tive um estalo de começar a vender essa formulação e quem sabe ajudar outras mães passando por esse mesmo desafio. E, claro, ajudar a pagar alguma conta da casa (lembro que o objetivo era conseguir pagar a conta do celular!). Comprei saquinhos coloridos, um lacinho de cetim, tiramos uma foto e colocamos um anúncio gratuito em uma plataforma de revenda ( Mercado Livre).
Avisei para as amigas que tinha começado a vender o chá e para elas espalharem nos grupos de amigas que o tal chá Mama+ funcionava mesmo. E assim foi indo no começo, no boca a boca mesmo. Eu sem noção alguma de marketing, empreendedorismo ou administração, anotando pedidos em post-it. Acreditei que um dia daria certo. E deu!
O insight para o conceito foi auto biográfico?
Foi totalmente auto biográfico. A amamentação nos é passada como algo muito natural, instintivo, pleno, lindo! Vemos aquelas fotos de mães lindas, sorrindo e acreditamos que vai ser assim. Mas, na verdade, a amamentação é um processo muito desafiador. Durante a gestação fala-se muito sobre o parto, chá de bebê e enxoval. Temos pouquíssima informação sobre amamentação ou sobre o puerpério, que é esse período imediato do pós-parto. Essa fase é um turbilhão de emoções: nova rotina, inexperiência, palpites pra todo lado, o cansaço e a falta de sono, muitas vezes o seio machucado. Tudo isso nos põe em um lugar de muita fragilidade que pode comprometer o sucesso da amamentação. Por isso, sempre aconselho: durante a gravidez leiam muito sobre amamentação, puerpério, desenvolvimento do bebê, montem uma rede de apoio ( mãe, sogra, parceiro, amiga), prepare um freezer ou um cardápio com comidinhas rápidas de fazer e saudáveis. Sabendo o que te espera fica mais fácil administrar o que acontece ou quando as coisas saem do eixo.
Tem algum caso marcante de relatos de clientes que te emocionou?
É muito legal que nossos canais de comunicação com as clientes acaba virando uma rede de apoio onde elas desabafam, tiram dúvidas, compartilham vitorias e derrotas também. Tem alguns casos que me emocionaram: uma mãe de gêmeos que trocou a medicação pelo chá e amamenta até hoje seus meninos de 2 anos e meio. Outra mãe que foi desacreditada que a amamentação exclusiva só com estimulação de bombinha daria certo e com o uso do chá consegue extrair quase 200ml por vez pra alimentar seu filho só com leite materno. Há as mães de prematuros ou bebês internados que, com todo estresse emocional, usando o chá conseguem ordenhar. Tem também as mães que precisavam complementar e com o uso do chá conseguiram reverter a situação e passaram a amamentar exclusivamente com leite materno. Nossa, tem bastante relatos positivos ( e negativos) que me tocam.
A sua empresa é a clássica junção de trabalho e propósito. Mesmo assim você deve ter dias em que as coisas não vão tão bem, certo? O que faz para manter a motivação profissional?
Acredito que a motivação vem justamente dessas histórias de sucesso. A burocracia e desafios de se empreender no Brasil são diversos, mas saber que podemos proporcionar mais saúde e amor pra uma nova família nos dá força para continuar, inovar e melhorar sempre.
Você se inspirou em alguma marca para a criação dos produtos?
Tem inúmeras marcas fora do país incríveis que trabalham com esse tipo de produtos. A inspiração inicial foi a Weleda, marca sueca super tradicional com um conceito incrível, da colheita à revenda. Mas tem também algumas marcas pequenas e cheias de histórias lindas como a MilkMaker´s, Earth Mama e Pink Stork.
Quais os planos futuros para a Mama+ ?
Quero muito lá na frente conseguir abrir um espaço multidisciplinar voltado para a maternidade. Um espaço de acolhimento, informação e atendimentos para essas novas ou futuras mães. Mas, sinceramente, sou muito grata de ver que chegamos onde chegamos. Foi literalmente um sonho da madrugada que virou realidade.
Marina, a filha Maitê, o cão Magrinho e o marido Caio
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